O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) mais uma vez recorreu às redes sociais para justificar o compartilhamento de um vídeo em que associa a contratação de mulheres ao acidente que causou a abertura de uma cratera na obra da Linha 6 do Metrô de São Paulo. Na tarde de sábado (5), o deputado publicou um vídeo rebatendo as acusações de misoginia e machismo que vem recebendo. “Isso tudo que a gente está vivendo é a ditadura do politicamente correto. Onde pouco importa a meritocracia”, declarou o filho zero três do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na gravação publicada no seu perfil no Instagram, Eduardo faz críticas à “lacrolândia” que atacou seu posicionamento, dando destaque ao post feito pela deputada estadual Janaina Paschoal (PSL) sugerindo que ele apagasse sua postagem. “Segundo pensamento da Janaína Paschoal, que é o mesmo das feministas, eu tenho que votar a favor de uma cota de 100% para mulheres no Congresso Nacional, caso eu venha a me deparar com um projeto desse na Câmara”, disse o deputado.
Em sua defesa, o deputado também afirmou que “o feminismo só vai adiante quando homens de geleia não se posicionam”. Segundo Eduardo, a população “tem que se posicionar contra esse politicamente correto. Se o feminismo cresce é por causa de homem frouxo. Então não seja frouxo!”.
Após a publicação do vídeo de Eduardo Bolsonaro, a deputada federal Joice Hasselmann usou seu perfil no Twitter para alertar o deputado de que “as mulheres representam 52,9% do eleitorado de São Paulo — a faixa etária com mais eleitoras é entre 30-39 anos, seguida pela faixa 40-49 anos”. A deputada destacou também que ” as mulheres responderão ao machista nas urnas”.
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Entenda o caso
Na sexta-feira (4), Eduardo Bolsonaro comentou em seu perfil no Twitter que “quando meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor”, referindo-se à preferência na contratação de mulheres para a equipe. No mesmo post, Janaina Paschoal rebateu Eduardo, afirmando que ele é pai de uma menina e relembrou que sua própria esposa também já foi “desrespeitada e exposta no trabalho”. A deputada bolsonarista sugeriu que Eduardo apagasse o post.
Entidades que buscam ampliar a participação das mulheres na área de infraestrutura repudiaram o vídeo que vem circulando nas redes sociais, questionando a contratação e qualificação das mulheres na equipe responsável pelas obras na Linha-6 do Metrô de São Paulo.
No vídeo, é possível ver mulheres dando entrevistas sobre a participação no projeto e exaltando a oportunidade, enquanto são mostradas imagens do acidente ocorrido na obra, como se a presença delas no projeto fosse a responsável pelo ocorrido. O vídeo mostra a imagem, nome completo e cargo das profissionais. A maioria das mulheres expostas no vídeo atua em áreas como comunicação, recursos humanos, segurança no trabalho e administrativo.
Com informações do Congresso em Foco