
A mortalidade de bebês indígenas voltou a subir em 2019 depois da saída de médicos cubanos que atuavam pelo Programa Mais Médicos
Dados do Ministério da Saúde obtidos pela BBC News Brasil mostram que, entre janeiro e setembro de 2019 — último mês com estatísticas disponíveis —, morreram 530 bebês indígenas com até um ano de idade, alta de 12% em relação ao mesmo período de 2018.
Entre as causas para o aumento estão o fim do convênio entre o Mais Médicos e o governo de Cuba, no fim de 2018, e mudanças na gestão da saúde indígena no governo Jair Bolsonaro.
Logo no mês seguinte ao fim do convênio com Cuba, em janeiro de 2019, houve o índice mais alto desde pelo menos 2010. Ocasionando a morte de 77 bebês em um único mês.
Desde a saída do grupo, o governo repôs a maioria das vagas com médicos brasileiros, porém, indígenas afirmam que vários médicos brasileiros evitam visitar as aldeias e não criam laços com as comunidades, o que prejudica a qualidade do serviço.
Os distritos com mais mortes de bebês foram Yanomami (97), Alto Rio Solimões (54) e Xavante (47).