
A hashtag #julhodaspretas tem invadido as redes sociais ao passo que se aproxima o Dia Internacional da Mulher Negra Latina-americana, comemorado em 25 de julho. A data será celebrada com uma macha virtual organizada pelo coletivo ‘Mulheres Negras Amazônidas‘ e será transmitida pelo YouTube a partir da 16h, e envolverá ações humanitárias.
Na mesma data é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A ideia da marcha neste ano surgiu da união de mulheres do Pará que realizam o ato para debater e comemorar o dia desde 2016.
“Esta é a sexta edição da Marcha das Mulheres Negras em Belém. Todos os anos levamos as nossas pautas para as ruas da cidade, mas neste ano, por conta da pandemia, pensamos em unir as pautas com as mulheres de outros estados da região e só na internet. É uma maneira de trazer visibilidade para as nossas pautas e também de nos fortalecermos”, conta Sabrina Sousa, da Rede de Mulheres Negras do Pará.
Sabrina diz que fazer a atividade em 2020 requer mais dedicação do grupo que está na organização. “Sabemos das dificuldades que a nossa população tem para uma atividade online, mas temos também que nos manter seguras. E precisamos falar ainda que a população negra é a que mais está sofrendo com os impactos da pandemia e isso também é uma forma de genocídio”, analisa a ativista.
Tradicionalmente precedida de uma campanha contra o racismo, neste ano a marcha no Pará irá focar em ações que promovam ajuda humanitária. Está prevista a distribuição de cestas de alimentos e kits de higiene para a população do estado.
Para isso, as organizadoras da marcha também lançaram uma campanha de financiamento coletivo, alojada na plataforma Benfeitoria.
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Além do apoio emergencial às famílias negras, a nova edição da macha tem o propósito de fazer um balanço dos cinco anos de realização do ato, tendo como referência a marcha de 2015, em Brasília. Maria Malcher, integrante do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) explica que é preciso “visibilizar alguns desses processos construídos ao longo dos anos”.
Os estados do Acre, Maranhão e Tocantins também organizam atividades online para pautar o 25 de julho, por meio de coletivos que reúnem mulheres negras. No Maranhão, as atividades serão promovidas a partir da “Ciranda das Pretas”.
Tereza de Benguela, mulher negra de luta

“Rainha Tereza”, como ficou conhecida Tereza de Benguela em seu tempo, viveu na década de XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Ela liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho, por soldados. Saiba mais sobre essa heroína negra aqui.