Alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, apontou que os governos do Brasil, EUA e outros poucos países, estão negando os reais riscos da pandemia de covid-19
Em apresentação de relatório nessa terça-feira (29), a alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos (ONU), Michelle Bachelet, pediu urgentemente liderança fundamentada em “clareza, evidência e princípio para proteger os membros mais vulneráveis da sociedade e abordar as profundas desigualdades que estão acelerando a incidência e o impacto da pandemia”.
Para Bachelet, países como o Brasil e os EUA causam preocupação por negarem “a realidade do contágio viral” e aumentarem “a polarização em questões-chave que possam intensificar a gravidade da pandemia, minando esforços para conter sua disseminação e fortalecer os sistemas de saúde”.
A comissária ainda declarou-se encorajada pela abordagem “aberta e comunicativa” da Coreia do Sul, que segundo ela não abandonou ninguém na resposta à pandemia. Em contraste com os demais países, o governo coreano reconheceu cedo a necessidade de amplas políticas para atingir o mais vulneráveis, incluindo idosos, sem teto, gays e migrantes sem documentos.
Bachelet notou que, seis meses após os primeiros casos terem sido detectados, “é claro que essa pandemia ameaça a paz e o desenvolvimento, e isso exige mais direitos civis, políticos, econômicos e sociais, e não menos”.