O pré-candidato do PSB ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, afirma que não há espaço para terceira via no Estado e tampouco a possibilidade do ex-presidente Lula (PT) ter palanque duplo.
O socialista acredita que a disputa no Rio será polarizada, seguindo a tendência das eleições presidenciais. Ele reforça que sua candidatura e a de Lula e Alckmin alavancam-se mutuamente. Freixo afirma que traz para a campanha presidencial principalmente eleitores que ganham entre 2 e 5 salários mínimos.
Sobre a terceira via, certamente Freixo fazia referência à pré-candidatura de Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, que tenta cooptar apoiadores do socialista em torno de seu nome.
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“A eleição no Rio de Janeiro está polarizada, assim como a nacional, sem a chance de outra candidatura ganhar espaço. Então, será uma eleição em que de um lado estaremos nós com Lula e do outro o nosso adversário junto com Jair Bolsonaro”, avalia.
Com larga experiência no parlamento, Freixo garante que está preparado para enfrentar o Executivo, apesar das críticas que tem recebido sobre a falta de experiência administrativa.
“Os eleitores do Rio de Janeiro reconhecem nosso trabalho. Fui eleito, pelo voto popular, o melhor deputado federal do Brasil por duas vezes. Minhas votações para deputado subiram de 17 mil para 350 mil. Isso é resultado do reconhecimento das pessoas do trabalho que realizamos até aqui e é essa experiência, junto com o presidente Lula, que vamos levar para o governo do Rio de Janeiro.”
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Sobre as críticas internas de que sua candidatura poderia estreitar o palanque de Lula, Freixo rebate de maneira incisiva. “Nossa aliança com Lula é de ganha-ganha. As pesquisas mostram que o nosso apoio ajuda o presidente a chegar ao eleitorado que ganha e entre 2 e 5 salários mínimos”, afirma.
Disputas internas e o impasse em torno da vaga do Senado
Outro ponto de divergência que ronda a pré-candidatura de Freixo diz respeito à disputa da vaga para o Senado na chapa. O impasse estaria entre a pré-candidatura de Alessandro Molon (PSB) e de André Ceciliano pelo PT.
O candidato petista chegou a dizer que o partido poderia retirar o apoio formal a Freixo, caso Molon siga na disputa. Sobre o assunto, Freixo é bastante moderado.
“Tenho enorme respeito pelo Molon. A decisão sobre a candidatura da chapa ao Senado cabe às direções nacionais dos partidos que compõem a coligação”, pondera.
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Foco da candidatura são problemas concretos do Rio de Janeiro
Para além das possíveis incertezas que rondam sua pré-candidatura, Marcelo Freixo garante que está focado na construção de um programa de governo que enfrente os principais problemas do Rio de Janeiro, como as milícias e o tráfico de armas.
“Nós vamos falar dos problemas e das soluções para os problemas concretos que os moradores do nosso Estado enfrentam. Nosso foco é apresentar soluções para questões que as pessoas enfrentam no dia a dia para sobreviver.”, afirma.
Ele lembra que fez a CPI das Milícias e a CPI do Tráfico de Armas, o que “atingiu em cheio os interesses do crime organizado”.
Disse ainda que vai tratar de questões urgentes que foram agravadas com a pandemia da Covid-19, como o desemprego, a fome e a insegurança alimentar.
“Temos, ainda, questões como transporte ruim, a violência do tráfico e das milícias, graves problemas na saúde e uma garotada que perdeu dois anos de aulas por causa da pandemia e precisa recuperar o tempo perdido”, afirma.
“Vamos cuidar do que interessa unindo a responsabilidade fiscal com a responsabilidade social, porque o Rio de Janeiro precisa de estabilidade e segurança para atrair investimentos e voltar a crescer”, finaliza.