Com mais de 72% da população vacinada com duas doses, o Brasil ultrapassou a Suíça (país com o segundo maior Índice de Desenvolvimento Humano do mundo; 67%), Israel (pioneiro da vacinação em massa; 67% ) e os Estados Unidos (que tomaram a frente no desenvolvimento de imunizantes; 64%).
A cobertura vacinal, até o início do mês de fevereiro, estava a par ou maior que vários países desenvolvidos e menos atrapalhados pelo negacionismo de seus governantes. Empatávamos com a Holanda (72%), e chegávamos perto de Reino Unido (73%), Noruega (74%) e Suécia (73%). Também não estávamos longe de duas das grandes referências globais no combate ao coronavírus: Austrália e Nova Zelândia (80% em ambos). As informações do jornal O Globo.
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Em um governo de exibicionismos deturpados, o avanço da imunização no país caíria bem num comunicado oficial. Contudo, o balanço apresenta um desequilibrio alarmante: mesmo com os ótimos números de vacinação, o país manteve-se firme como um daqueles onde a covid-19 mais fez vítimas mortais.
Muito vacina, mas muito morre
Com 300 mortos a cada 100 mil brasileiros, ocupávamos, no início de fevereiro, a 14ª posição nessa lista, entre os 197 países monitorados pela Universidade Johns Hopkins, dos EUA. Estávamos lado a lado nesse rol com Romênia (314 mortos/100 mil moradores), Eslováquia (330) e Croácia (349).
O país ainda tem um agravante: os índices de vacinação nesses países são pífios comparados aos nossos: 54% na Croácia, 49% na Eslováquia, 41% na Romênia. Entre as nações à nossa frente, e com tantos vacinados quanto a gente, só o Peru — proporcionalmente o mais devastado pelo coronavírus (637/100 mil).
Os Estados Unidos, país com mais mortes em números absolutos (904 mil), aparecem em 21º na lista ponderada — uma posição humilhante, mas ainda melhor do que a nossa. E claro: por esse quesito seguimos na segunda posição do ranking global, com 632 mil — bem à frente dos 504 mil da Índia, a terceira colocada (mas com uma população 6,6 vezes maior e apenas 53% de vacinados).
Em resumo, somos um dos poucos países que aparecem com destaque tanto na lista de países que mais vacinaram como na de mortos pela covid-19 a cada 100 mil habitantes.
Reflexo
O desequilíbrio nos números é um reflexo claro da gestão ineficiente e negacionista da crise sanitária no Brasil. De um lado, há uma população mais lúcida que entende a importância das vacinas e abraçou-as com mais intensidade que a de boa parte dos países desenvolvidos.
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De outro, um governo que não está à altura do povo pelo qual deveria zelar. Um governo que, em vez de ter patrocinado mais medidas para conter a pandemia, principalmente quando não havia imunizantes, preferiu negar a existência do vírus e das consequências que o mesmo causaria.
Prioridades do PSB
O enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil é a grande prioridade do PSB na Câmara dos Deputados em 2022, afirma o líder do partido, deputado federal Bira do Pindaré (MA). Para isso, é urgente a necessidade de vacina para toda a população, além do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para Bira do Pindaré, “é preciso adotar medidas legislativas e aprovar os projetos de lei que garantam esse enfrentamento”, afirma.
A outra prioridade do PSB na Câmara, segundo ele, é derrotar o “principal aliado da pandemia”: o governo de Jair Bolsonaro.
“Infelizmente, o governo tem sido negligente, irresponsável e criminoso. Foi contra a vacinação, se posicionou contra o uso de máscara e também contra o distanciamento social. Ou seja, o governo Bolsonaro se colocou contrário a todas as medidas orientadas pela ciência e, por essa razão, muitas pessoas perderam a vida”, critica o líder.
Ainda na avaliação do deputado, o atual governo promove uma política de destruição da economia, do meio ambiente, de direitos e do respeito à diversidade do povo brasileiro.