Em discurso nesta sexta (13), o presidente Donald Trump, 74, admitiu que pode estar fora da presidência dos Estados Unidos. Esta é a primeira vez que o republicano admite estar ‘fora do jogo’, após a imprensa do país ter declarado Joe Biden o vencedor das eleições no último sábado (7).
“Esta administração não fará um ‘lockdown’. Espero que, o que quer que aconteça no futuro, quem sabe qual administração será, eu acho que o tempo dirá, eu posso dizer a vocês que esta administração não fará um ‘lockdown'”, disse Trump, no jardim da Casa Branca.
Leia também: Transição entre governos de Trump e Biden depende de uma mulher
Esta também foi a primeira fala pública de Trump em dias. Ele apareceu com o cabelo praticamente branco, em vez de loiro, como era visto até a semana passada.
Desde a eleição, ele não tinha afirmado publicamente que considera a possibilidade de deixar o cargo em janeiro e de outro governo assumir o país, tendo feito diversas acusações de supostas fraudes no pleito, sem apresentar quaisquer provas. Seu mandato vai até 20 de janeiro do próximo ano.
Vacina da Covid-19
Nesta sexta, ele destacou os esforços do governo para acelerar a produção de vacinas para combater a Covid-19. E disse que haverá distribuição gratuita de imunizantes feitos pela Pfizer, depois que eles forem aprovados.
Leia também: Conheça Luciana Borio, a brasileira que integrará comitê anti-Covid-19 de Biden
As doses serão dadas primeiro a funcionários de saúde, idosos e grupos de risco. Trump não precisou as datas, mas estimou que as vacinas poderão estar acessíveis para todos nos EUA até abril de 2021. Na segunda-feira (9), Biden também havia prometido distribuir vacinas de forma gratuita.
Biden vence no Arizona e na Geórgia
Projeções da CNN e do New York Times confirmaram também nesta sexta os resultados dos três últimos estados onde a disputa era considerada indefinida: Biden venceu no Arizona e na Geórgia, e Trump conquistou a Carolina do Norte. Assim, o placar nacional projetado pelos dois veículos está em 306 votos no Colégio Eleitoral para Biden e 232 para Trump.
Leia também: Alheio à derrota, Trump não se despede e continua a despachar
Por coincidência, o republicano conquistou 306 delegados em 2016, e Hillary Clinton, 232, na projeção feita a partir dos votos populares. Na votação final dos delegados, no entanto, Trump teve 304 votos, porque dois delegados mudaram de lado na hora de votar.
A vitória de Biden na Geórgia neste ano tem grande simbolismo, pois o estado era considerado triunfo garantido para os republicanos, que ganharam todas as disputas na região desde 1992. O democrata também foi o primeiro desde 1960 a conquistar a Presidência sem vencer na Flórida e em Ohio num mesmo pleito.
Trump aciona a Justiça
Os principais veículos de imprensa nos EUA apontaram a vitória de Biden no sábado (7), mesmo sem levar em conta alguns estados que não tinham resultado definido, pois os cálculos indicaram que o republicano já não tinha mais condição de virar o jogo.
Nos EUA, não há um órgão nacional de apuração, e a aclamação do vencedor é feita pelos órgãos de imprensa, a partir de projeções matemáticas feitas enquanto os votos estão sendo conferidos. Durante toda a campanha eleitoral, Trump deu diversas declarações de que ganharia a disputa, e que só perderia a reeleição se houvesse trapaças.
O republicano aposta em uma série de processos na Justiça para tentar reverter o resultado da apuração. No entanto, mesmo membros de seu partido reconhecem a vitória de Biden, que teve 5 milhões de votos a mais. Com isso, uma reviravolta no resultado é considerada bastante improvável.
Com informações da Folha de S.Paulo