
Com Marcelo Hailer
Após o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), anunciar nesta segunda-feira (29) o cancelamento da festa de Réveillon, mais 10 capitais também revelaram que optaram por não realizar a comemoração de virada de ano.
De acordo com informações da CNN Brasil, a capitais que cancelaram o Réveillon, até este momento, são: Campo Grande, Fortaleza, Macapá, Belo Horizonte, Salvador, São Luís, João Pessoa, Palmas, Teresina e Recife.
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O principal motivo que levou as capitais acima cancelarem o Réveillon é o surgimento da nova variante, Ômicron, que possui alta taxa de transmissibilidade. As gestões municipais de Aracaju, Porto Velho, Belém, Cuiabá, Vitória e Rio Branco ainda não decidiram.
Réveillon mantido
A prefeitura do Rio de Janeiro informou nesta segunda-feira (29) que vai manter a queima de fogos na praia.
Além do Rio, as capitais Manaus, São Paulo, Porto Alegre, Maceió e Natal informaram que vão manter a festa de Réveillon.
Réveillon em São Paulo
Com a chegada no Brasil da ômicron, a prefeitura de São Paulo pensa em adiar a liberação do uso de máscaras em ambientes externos. Segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, agora, é arriscado manter a previsão de liberação para as próximas semanas. A gestão municipal ainda aguarda resultados de um estudo próprio para decidir se continuará seguindo o cronograma estabelecido pelo Governo de São Paulo. Novo parecer sobre o assunto deverá ser divulgado no dia 6 de dezembro.
O médico infectologista Julival Ribeiro alerta que o Brasil precisa monitorar intensamente a entrada da cepa no país. Para ele, não há segurança na realização de festas e comemorações, como o réveillon. “Devemos nos manter calmos, além de continuar vacinando e adotando as medidas preventivas. Desaconselho aglomerações e festas”, finalizou.
Queiroga minimiza situação
Enquanto prefeitos se preocupam com um novo possível avanço da covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, minimizou a situação com a chegada da variante ômicron ao país. Para Queiroga, o Brasil está mais preparado para uma “eventual” nova onda.
“Há três dias, foi anunciada uma nova variante, a variante ômicron. Eu falei, é uma variante de preocupação, mas não é uma variante de desespero. Não é uma variante de desespero, porque nós temos autoridades sanitárias comprometidas com a assistência de qualidade a nossa população”, disse Queiroga, durante solenidade para compra de 100 milhões de doses da Pfizer para 2022, em Salvador.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), pensa diferente. Ele anunciou, ontem, o cancelamento da festa de réveillon na capital baiana. Em relação ao carnaval, o prefeito disse que ainda não há decisão tomada, e que será divulgada junto com o governo estadual. Mesmo com o avanço da vacinação, o cenário de incertezas provocado neste momento pela covid-19 levou à conclusão de que não há como realizar o Festival da Virada este ano, um evento para mais de 250 mil pessoas por dia, com segurança sanitária aos cidadãos, segundo o prefeito.
“Sempre disse que íamos avaliar o que está acontecendo no Brasil e no mundo, como a pandemia está se comportando em lugares com índices diferentes de vacinação. No entanto, chegamos ao limite da decisão para o réveillon e nós acreditamos que não é o momento de colocar em risco tudo o que construímos até aqui, sempre colocando a vida das pessoas em primeiro lugar”, afirmou Bruno Reis.
Nova variante: OMS alerta para risco “muito alto”
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira (29) que a variante Ômicron tem um risco elevado de se disseminar pelo mundo e trazer “consequências graves”, apesar de nenhuma morte provocada pela variante ter sido registrada até o momento
“Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a Ômicron se propague pelo mundo é elevada”, afirma a OMS.
Segundo a OMS, a variante Ômicron do SARS-CoV-2, detectada inicialmente na África do Sul, está se alastrando em nível global, apresentando risco “muito elevado”, em que os surtos de covid-19 podem ter “consequências graves” em algumas regiões, apesar de não haver mortes registradas por conta da variante até o momento.
Desde que foi identificada a nova variante do coronavírus tem deixado em alerta infectologistas e governos ao redor do mundo, entre os motivos está o fato de que ela possui mais de 50 mutações e que, justamente por isso, pode colocar em risco a eficácia das vacinas existentes.
Com informações do Correio Brasiliense