Comparadas à disseminação do covid-19, as fake news (notícias falsas) se propagam de maneira tão rápida quanto a doença e desafiam a capacidade que as autoridades sanitárias têm de resolver o problema e desmenti-las.
O surto do novo coronavírus também tem gerado o que muitos consideram o ápice mais grave de fake news já registrado, desde a popularização do termo, em 2016.
E no cenário de avanço do novo covid19, as companhias de internet se veem obrigadas a combater outro tipo de conteúdo viral que se propaga pela internet: a desinformação.
Segundo o Valor, com o rápido aumento na circulação de informações falsas, as companhias de internet se veem obrigadas a rever suas políticas de acesso e criar mecanismos para tentar deter os boatos eletrônicos.
Viral
O vírus da mentira propagado em grupos de internet também é difícil de combater. O caráter viral das fake news, que têm como características a rápida propagação, origem difícil de rastrear e reaparecem depois de supostamente terem sido erradicadas, dificulta a quantificação do fenômeno.
Essas características são amplificadas com a escalada da pandemia, tumultuando as ações governamentais para proteger a população do contágio.
Mesmo as histórias mais duvidosas passaram a receber crédito de parte do público. Exemplo disso foi a informação desmentida pela Fiozruz de que o vinagre é mais eficaz que o álcool gel e a lavagem das mãos no combate e prevenção ao coronavírus.
Iniciativas: Facebook, WhatsApp e Twitter
O Facebook anunciou que nas próximas semanas vai disponibilizar um sistema para notificar os usuários que comentarem ou “curtirem” notícias falsas sobre a covid-19, incluindo vídeos.
Mark Zuckerberg, diretor-presidente do Facebook, informou que a nova ferramenta redirecionará essas pessoas a fontes autorizadas, como a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Por sua vez o WhatsApp, também controlado pelo Facebook, restringiu o número de vezes que uma mensagem pode ser compartilhada, limitando conversas repassadas cinco vezes ou mais a um envio por vez a cada conversa. Antes eram até cinco conversas.
O aplicativo de mensagens também testa uma nova versão em que terá um ícone de lupa para sinalizar mensagens muito compartilhadas. Com a lupa, os usuários poderão pesquisar a veracidade da informação na web.
O Twitter, em seu blog oficial, informa que cerca de 1,5 milhão de contas foram advertidas devido a comportamentos considerados manipuladores. A companhia ainda destaca que desde 18 de março já removeu mais de 1,1 mil tuítes com conteúdo enganoso.
Em março (29), o Twitter apagou duas mensagens que o presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta oficial.
Na ocasião, em nota a empresa afirmou que suas regras passaram a abranger conteúdo contrário a orientações de saúde pública de fontes oficiais e que pudessem colocar as pessoas em risco de transmitir a covid-19.
Nesse momento as agências de checagem de notícias também são importantes aliadas. Esse é o caso da agência Fato ou Fake, que analisou mais de 50 notícias falsas sobre a covid-19 em um intervalo de três semanas.
Ministério da Saúde
Antes da troca de ministros, quando saiu Luiz Henrique Mandetta e entrou Nelson Teich, o Ministério da Saúde mantinha a plataforma ‘Saúde sem Fake News’, que até o dia 16 de março havia desmentido cerca de 30 boatos.
A maioria das fake news detectadas pelo órgão eram sobre supostos métodos de prevenção e cura da covid-19. Mas desde que Teich assumiu o ministério, dia 17 de abril, a plataforma não aparece com o mesmo nome e os link que apontam os casos de Fake News não detalham as informações que desmentem os boatos.
Confira a lista com algumas informações desmentidas e confirmadas pelo Ministério da Saúde:
- Cloroquina e hidroxicloroquina passam a ser usadas no Brasil para combater coronavírus – É FAKE NEWS!
- Café previne o coronavírus – É FAKE NEWS!
- Fumar aumenta o risco da forma grave de coronavírus – É VERDADE!
- Alimentos alcalinos evitam coronavírus – É FAKE NEWS!
- Medicamento para COVID-19 – É FAKE NEWS!
- Beber água de 15 em 15 minutos cura o coronavírus – É FAKE NEWS!
- Rússia anuncia cura para coronavírus – É FAKE NEWS!
- Chá de limão com bicarbonato quente cura coronavírus – É FAKE NEWS!
- Aplicativo Coronavírus-SUS, do Governo do Brasil, é inseguro – É FAKE NEWS!
- Governo do Brasil anuncia vacina do coronavírus – É FAKE NEWS!
- Beber muita água e fazer gargarejo com água morna, sal e vinagre previne coronavírus – É FAKE NEWS!
- Pesquisa publicada por cientistas chineses diz que coronavírus tornará a maioria dos pacientes do sexo masculino infértil – É FAKE NEWS!
- Verdades e mentiras do CREMERJ para coronavírus – É FAKE NEWS!
- Coronavírus morre a 26º C – É FAKE NEWS!
- Áudio do professor titular de cirurgia torácica da USP/HC/Incor – É VERDADE!
- Água ou chá quente mata o coronavírus – É FAKE NEWS!
- Beber água quente mata o coronavírus – É FAKE NEWS!
- Ministério da Saúde recomenda quarentena aos viajantes assintomáticos para coronavírus – É FAKE NEWS!
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- Óleo consagrado para curar coronavírus – É FAKE NEWS!
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Com informações do Valor.