A pedido da França, Estados Unidos e Reino Unido, o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência, para esta quinta-feira (30), para discutir os recentes testes de mísseis feitos pela Coreia do Norte.
O lançamento de dois novos tipos de mísseis – um de longa distância, em 13 de setembro, e outro supersônico, no último dia 28, aumentaram a tensão na península coreana e serão tema do encontro. As informações são do Opera Mundi.
O líder norte-coreano Kim Jon-un culpou a “política hostil” dos EUA contra a Coreia do Norte. Ele também descartou negociar com o país e disse que as reuniões “são fachada para esconder as mentiras e os atos hostis deles”.
“Com a posse da nova administração nos EUA, a ameaça militar estadunidense e a sua política hostil em nossa relação não mudaram minimamente em nada, mas ficaram mais astutas”, disse referindo-se a Joe Biden.
Quando Donald Trump era o presidente, foi realizado o primeiro encontro entre da história entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte na península.
“Os Estados Unidos permanecem imutáveis na questão das ameaças militares e na busca de uma política hostil na relação com a Coreia do Norte, mas aplica modos e métodos mais inteligentes, como demonstrado nos atos nos últimos oito meses de posse da nova administração. Os EUA estão propagando um ‘compromisso diplomático’ e ‘diálogo sem pré-condições’, mas não é nada além de um pequeno truque para enganar a comunidade internacional e uma extensão de sua política hostil”, acrescentou Kim.
Diálogo com a Coreia do Sul
Kim Jong-un, porém, disse as conversas com a Coreia do Sul serão retomadas no início de outubro. As relações com os vizinhos do Sul foram interrompidas, novamente, em junho do ano passado. O líder norte-coreano mandou explodir o escritório que fazia a comunicação. O motivo teriam sido exercícios militares. Um ano depois, as conversas foram parcialmente retomadas, mas suspensas novamente em julho pelo mesmo motivo.
Kim disse, durante uma reunião do partido em notícia repercutida pela emissora local KCNA, que “espera inteiramente de Seul a determinação da trajetória futura das relações”, mas que as linhas de comunicação serão retomadas “como um esforço para realizar as expectativas e o desejo da inteira nação coreana de ver a recuperação das relações Norte-Sul da atual situação e a estabilização de paz duradoura na península coreana”.
“Nós não temos nem objetivo, nem motivo para provocar a Coreia do Sul e nenhuma ideia de danificá-la. Seul precisa se libertar da ilusão, da consciência da crise e dos danos de que precisa parar as ‘provocações do Norte'”, acrescentou.
Fim da guerra?
Em seu discurso na 76ª Assembleia Geral da ONU, no último dia 21, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, propôs anunciar o fim da guerra na península da Coreia com apoio dos Estados Unidos e China.
Moon afirma que se Norte e Sul anunciarem o fim da guerra, isso permitirá progresso na desnuclearização da península.
Moon insistiu várias vezes durante sua presidência em uma declaração formal do fim da guerra, incluindo em seu discurso na ONU no ano passado.
Na sexta-feira (24), a Coreia do Norte deu sua resposta.
Kim Yo-jong, irmã Kim Jong-un, pediu à Coreia do Sul que abandone as “políticas hostis” contra o governo da Coreia do Norte.
Fazer estas declarações com “padrões duplos, preconceitos e políticas hostis ainda em vigor não faz nenhum sentido”, disse Kim Yo-jong.
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Ela se mostrou aberta a melhorar as relações com a Coreia do Sul caso o país vizinho mude de atitude.
Além dos dois testes balísticos feitos pela Coreia do Norte, em setembro, a Coreia do Sul anunciou o lançamento, com sucesso, de mísseis balísticos a partir de um submarino, parte do desenvolvimento de suas capacidades defensivas.
Sobre a proposta do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, de fazer uma declaração de fim de guerra, Kim repetiu o que havia dito por sua irmã e declarou que é preciso “acabar com a postura de duplo jogo” para fazer isso.
As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra apesar dos conflitos bélicos em si terem ocorrido entre 1950 e 1953. Isso porque o confronto foi encerrado com a assinatura de um acordo de cessar-fogo e não um tratado de paz.