A partir de 2024, só poderão disputar a categoria de melhor filme no Oscar, a ser realizado pela Academia de Cinema de Hollywood em 2025, as obras com maior diversidade, cuja produção, elenco e argumento incluam grupos sociais menos representados na tela.
De acordo com o El País, a mudança, que representa apenas um passo na trajetória da academia para se transformar em uma instituição global e diversa, na qual expectadores se reconheçam, começou em 2016 após a polêmica do #Oscarssowhite (“Oscars brancos demais”).
Naquele ano, mesmo havendo filmes notáveis com intérpretes negros, os 20 indicados nas categorias para atores eram brancos. A polêmica acendeu o debate em Hollywood e a academia reagiu estabelecendo metas para ampliar a diversidade entre seu eleitorado, composto majoritariamente por homens brancos, norte-americanos e de certa idade.
Condições
Agora, para os prêmios de 2025, ou seja, para os longas produzidos em 2024 que quiserem disputar o Oscar de melhor filme, algumas dessas condições terão que atendidas: pelo menos um protagonista que não seja branco; pelo menos 30% de personagens secundários mulheres, minorias, LGBTQIA+ ou deficientes; ou que o tema principal aborde um destes grupos sub-representados.
E as exigências afetam tanto o que se vê em tela como as equipes de produção, para “refletir melhor a diversidade do público do cinema”, conforme anunciou a Academia na terça-feira (8).
Entre 2015 e 2020, por exemplo, a instituição aumentou o número de mulheres no eleitorado do Oscar, passando de 25% para 33%. O número de acadêmicos não brancos subiu de 10% para 19%. A instituição também está empenhada em se tornar mais internacional e em fazer da premiação um evento global, não só norte-americano. Neste período, admitiu 819 membros novos de 68 países.
As normas foram criadas por uma comissão especial formada pelos diretores da Academia e pelos produtores DeVon Franklin e Jim Gianopoulos. Para tanto, o grupo baseou-se no que a academia britânica adotou para nortear a concessão do seu prêmio, o BAFTA.
A Academia considera que o trabalho não está terminado. “Devemos nos abrir para refletir melhor a população global diversa tanto na criação dos filmes como no público que se conecta com eles”, afirmou em nota a executiva-chefe da Academia, Dawn Hudson. “Acreditamos que estas mudanças serão um catalisador para uma mudança duradoura e profunda em nossa indústria.”
Com informações do El País