
Cobrado, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não apresentou uma solução definitiva para o problema da habilitação e do custeio de leitos de UTI destinados ao tratamento de pacientes com a Covid-19 durante a reunião da Frente dos Governadores realizada na quarta-feira (17). Com o surgimento de novas cepas do vírus e o iminente colapso de hospitais em diversos estados do país, municípios têm tido dificuldade em custear os leitos já existentes enquanto o Ministério da Saúde tem reduzido o número de leitos habilitados.
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De acordo com a coluna Painel, no jornal Folha de S.Paulo, no encontro, Pazuello gerou mal estar entre os chefes dos Executivos estaduais ao se comprometer a financiar novas alas para tratamento dos doentes a partir de mudanças na forma de custeio e de pagamento das unidades de tratamento. Segundo fontes ouvidas pelo jornal, o chefe da Saúde chegou a fazer menção a um modelo pós-pago.
Diante da falta de detalhamento, a sugestão foi entendida pelos participantes como uma proposta em que a pasta pagaria depois aos estados por leitos habilitados. Pressionado a dar mais esclarecimentos, o ministro disse que o faria em outra ocasião, junto aos conselhos de saúde de municípios e estados, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
“Não ficou clara a parte dos leitos de UTI. Não ficou claro o que o ministério está pensando em fazer”, disse Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão.
PSB acionou a PGR
No último dia 9 de fevereiro, o PSB e demais partidos que compões a Liderança da Minoria na Câmara ingressaram com duas ações na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (sem partido) e a intenção do governo de reduzir leitos enquanto prossegue com a distribuição indevida de cloroquina e hidroxicloroquina no país.
Nos dois ofícios, os líderes das legendas destacam que o Brasil não teve uma campanha massiva de testagem contra a Covid-19, como ocorreu em outros países do mundo, e lembram que o presidente ridicularizou publicamente a pandemia em diversas situações, chamando-a de “gripezinha” e até quebrando protocolos sanitários básicos, ao circular sem máscara, enquanto quebrava o isolamento social.
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As representações contra o atual mandatário se baseiam na denúncia feita em reportagem divulgada no último dia 5 de fevereiro pelo jornal El País, na qual o veículo aponta a redução drástica no número de leitos de UTI custeados pelo Ministério da Saúde no exato momento em que a pandemia volta a se agravar no Brasil. O desinvestimento ocorre, ainda, em meio ao colapso da rede pública de Manaus (AM) e à indicação de lotação superior a 80% da capacidade de atendimentos hospitalar em outras oito capitais.
Além do líder do bloco, o deputado José Guimarães (PT-CE), assinam os documentos os líderes dos partidos Enio Verri (PT-PR), Daniel Cabral (PSB-PE) e Talíria Petrone (PSOL-RJ).
Com informações da Folha de S.Paulo