![Bolsonaro](https://www.socialismocriativo.com.br/wp-content/uploads/2021/01/50876955273_0dba7988fc_c.jpg)
A popularidade do governo Jair Bolsonaro vem derretendo dia após dia com a sucessão de denúncias de descaso com a saúde pública em meio ao caos gerado pela pandemia da Covid-19. Como resultado, a pesquisa da consultoria Atlas Político, realizada entre os dias 20 e 24 de janeiro, apontou um aumento de sete pontos percentuais na desaprovação do mandatário em relação àquele verificado em novembro do ano passado.
Leia também: PSB e partidos apresentam novo pedido de impeachment nesta tarde
Segundo a pesquisa, 59% dos brasileiros desaprovam o desempenho do capitão reformado no comando do país, ante os 52% de dois meses atrás. A falta de aprovação é ainda maior entre os que têm ensino superior (64%), moram no Nordeste (63%) e entre as mulheres (67%).
“Há uma grande preocupação com a pandemia por conta da nova onda de contágio, que causou o colapso do sistema de saúde em Manaus e que também tem um grande impacto econômico”, afirma Andrei Roman, diretor do Atlas Político.
O corte do auxílio emergencial, que alavancou a popularidade do mandatário entre os mais pobres no semestre passado, também tem forte impacto na pesquisa. Cerca de 73% das pessoas acreditam que o auxílio emergencial deva continuar, na contramão das intenções do presidente em relação à medida. “Crise na saúde, impacto sobre emprego e popularidade do presidente estão fortemente correlacionados”, ressalta Roman.
Para a pesquisa, feita por meio de questionários randômicos respondidos pela Internet e calibrados por um algoritmo, foram colhidas a opinião de 3.073 homens e mulheres de diferentes regiões, faixas etárias e nível de renda. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Isolamento social e vacina
O levantamento ainda aponta que a maioria da população não concorda com o negacionismo de Bolsonaro diante da pandemia de Covid-19. Do entrevistados, 63% acreditam que a situação de saúde pública criada pelo coronavírus está piorando e 51,2% defendem a ampliação do isolamento social.
Também na contramão das posturas do presidente, que já afirmou claramente que não pretende se vacinar, 73% das pessoas dizem que pretendem se imunizar contra a doença.
A confiança dos entrevistados se mostra maior nas vacinas produzidas pela Inglaterra (72% confiam) e Estados Unidos (69%), mas o imunizante da China, inicialmente desdenhado pelo presidente, encontra a confiança de 54% das pessoas, assim como o da Rússia.
Adversários políticos
Bolsonaro está entre os políticos aqueles que se saem pior na pesquisa: sua imagem negativa subiu de 55% para 60% e já supera a rejeição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —a imagem negativa do petista caiu de 62% para 59%.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem a intenção de se candidatar à Presidência em 2022, também é mal avaliado por seis de cada dez entrevistados mesmo após iniciar a vacinação contra a Covid-19.
Com informações do El País