Apesar da projeção, o Banco Mundial defende a rápida ampliação dos programas de proteção e assistência social na crise do covid-19.
Relatório do Banco Mundial, divulgado no domingo (12), prevê uma queda de 5% no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, devido à crise da covid-19.
O relatório da instituição, divulgado pela Folha, trata dos impactos econômicos do novo coronavírus na América Latina e no Caribe. Nessa região, a retração puxada pelas maiores economias deve fazer o desempenho cair a 4,6%.
Assim como no Brasil, neste ano, a atividade econômica deve sofrer redução significativa no México (-6%), Argentina (-5,2%) e Equador (-6%).
Mas esse cenário pessimista pode mudar, a depender da evolução da pandemia, afirma o Banco Mundial.
O mesmo relatório aponta para uma retomada do crescimento na região em 2021, que pode elevar a 1,5% o PIB do Brasil, e de 2,3% em 2022. Para a América Latina e Caribe, a alta esperada é de 2,6% tanto em 2021 quanto em 2022.
“Operamos com um grau enorme de incerteza. Os números da projeção são indicativos, não devem ser tomados literalmente. As estimativas são de um 2020 calamitoso, com um 2021 melhor”, disse a jornalistas da Folha, Martin Rama, economista-chefe do Banco Mundial para a região.
Ajuda aos vulneráveis
Apesar das projeções de baixa, o organismo multilateral defende que as populações mais vulneráveis, atingidas pelo bloqueio total, sejam ajudadas pelo poder público no momento de perda de renda. Para o Banco, é hora de ampliar programas atuais de proteção e assistência social.
“Precisamos ajudar as pessoas a enfrentar esses enormes desafios e garantir que os mercados financeiros e os empregadores sobrevivam à tempestade. Para tal, é preciso limitar os danos e lançar as bases para a recuperação o mais rapidamente possível”, afirma no estudo o Humberto López, vice-presidente Interino do Banco Mundial para a região.
A análise tomou como base informações dos países disponíveis até 10 de abril de 2020. Dos 26 países analisados pelo banco, apenas dois (Guiana e República Dominicana) não entrariam em recessão em 2020. O estudo não analisou a Venezuela, que enfrenta forte crise econômica há anos.
A natureza agradece
Por outro lado, o relatório que anuncia a desaceleração do nível da atividade econômica na América Latina, em declínio, mostra, em imagens de satélite citadas no documento, uma diminuição dos níveis de dióxido de nitrogênio em todo o subcontinente.