Após a vitória do capitão reformado Jair Bolsonaro em 2018, os candidatos “fardados” a prefeito, vice e vereador, disputando as eleições em capitais saltaram de 576 em 2016 para 882 neste ano – crescimento de 53%. Até agora, porém, os postulantes patinam nas pesquisas.
Segundo reportagem do Valor Econômico, há pelo menos 16 capitais com candidatos a prefeito ligados às forças de segurança. Nessas cidades, é possível identificar 24 candidatos da “família” de policiais ou militares. Com exceção do candidato Capitão Wagner (Pros) em Fortaleza, porém, nenhum aparece liderando a disputa ou em empate técnico com o primeiro colocado.
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Levantamento de 21 de outubro do Ibope em Aracaju mostrava Delegada Danielle (Cidadania) em segundo lugar com 19%. Mas ela estava 15 pontos atrás do líder Edvaldo (PDT). No Rio, no Recife e em Vitória, Delegada Martha Rocha (PDT), Delegada Patrícia (Podemos) e Delegado Pozelini (Republicanos), respectivamente, lutam para subir à segunda posição e uma vaga no segundo turno.
Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Renato Sérgio de Lima, o total de candidatos ligados às forças de segurança são coerentes com o contingente estimado de quase 6 milhões de policiais e militares na ativa e na reserva em todo o país.
“É esse público que esses 7 mil candidatos estão disputando entre si. Considerando o tamanho médio das famílias brasileiras, trata-se de um eleitorado de aproximadamente 18 milhões de pessoas”, diz.
Ele ainda ressalta que um dos fatores que limitam a competitividade de candidaturas de policiais e militares é o discurso típico da categoria. “Esses candidatos em geral não fazem debate sobre segurança e violência. Eles só operam no discurso da ordem. É outra chave.”
Com informações do Valor Econômico