
Antes mesmo de ser encaminhado pelo Poder Executivo, o projeto de privatização dos Correios se tornou moeda de troca para o Centrão. Segundo reportagem do Valor Econômico, o bloco exige acenos do presidente Jair Bolsonaro em fazer novos remanejamentos na Esplanada dos Ministérios.
Desde a aproximação entre Bolsonaro e o Centrão, a única indicação para cargos de primeiro escalão que atendeu os interesses do bloco foi a do ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN). Também foi ele o responsável por entregar ao Palácio do Planalto a minuta do projeto que viabilizará o processo de venda dos Correios.
Segundo um influente parlamentar do bloco, os deputados reconhecem que o presidente melhorou sua relação com o Congresso, mas ele ainda pecaria na distribuição de atribuições a seus aliados. Para esse congressista, se o presidente demonstrar mais abertura de fazer uma reforma ministerial, estará dado o sinal para o Centrão redobrar a atenção com as pautas prioritárias para o governo, como a agenda de privatizações.
Além disso, o peso da oposição na definição do nome que substituirá Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara também terá efeito sobre o ritmo do andamento do texto. A eleição da Mesa Diretora da Câmara ocorrerá no começo de fevereiro de 2021.
Na mais recente crise com Maia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, citou rumores de que o presidente da Câmara teria fechado acordo com a oposição para travar o pacote de privatizações. A ausência de acordo entre lideranças partidárias e a pouca atuação do governo também contribuiu para que projetos ficassem paralisados.
Um dos responsáveis pela melhora da interlocução do governo, o ministro Fábio Faria afirmou trabalha com a expectativa de que o Poder Legislativo aprove no ano que vem o projeto. Dessa forma, o Executivo terá tempo para melhorar as condições de tramitação da proposta.
Com informações do Valor Econômico