Da Redação
China entra na disputa do voto brasileiro pela direção-geral da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI). Segundo o Valor Econômico, Pequim oferece um pacote de vantagens econômicas para que o Brasil vote na candidata chinesa, Wang Binying.
O portal apurou que a eleição do novo diretor-geral, com mandato de seis anos, ocorrerá na quarta e quinta-feira (de março) em Genebra, em meio à guerra tecnológica travada entre a China e os EUA. Pequim vê a votação como uma grande oportunidade de liderar a entidade focada em inovação e papel importante na normatização de novas tecnologias.
Sob pressão de todos os lados, o Brasil na semana passada enviou “nota verbal” ao governo de Cingapura confirmando apoio ao seu candidato. Mas a China imediatamente reagiu junto ao governo brasileiro, inconformada com o voto contra seu candidato, e manteve a pressão, pedindo para o governo de Jair Bolsonaro rever sua posição.
Para isso, Pequim ofereceu ao Brasil um pacote de “vantagens econômicas”: contratos de longo prazo na compra de commodities agrícolas e minerais; investimentos nas áreas de petróleo e infraestrutura; e posições de alto nível para brasileiros na OMPI e também na UPOV, que é a União Internacional para Proteção de Novas Variedades de Plantas.
As ofertas não vêm com cifras e parecem complementar o que Pequim já andou prometendo ao Brasil. Sobretudo, ilustram a que ponto a OMPI é importante na estratégia chinesa. Brasília não tinha respondido até sexta-feira aos chineses, que são os maiores compradores de produtos brasileiros no mercado global. As indicações são de que o governo brasileiro manterá sua preferência pelo candidato dos EUA em nome da parceria entre as administrações de Bolsonaro e de Donald Trump.