Em reunião virtual nesta quinta-feira (11), a Comissão Executiva Nacional do PSB reiterou a necessidade da formação de uma “amplíssima” frente em defesa da democracia diante do avanço do “fundamentalismo” de extrema-direita do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que “ainda não se realizou em nenhum outro lugar do mundo”.
O encontro, conduzido pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, também reuniu os governadores Paulo Câmara (Pernambuco) e Renato Casagrande (Espírito Santo), os ex-governadores Rodrigo Rollemberg, Ricardo Coutinho, Márcio França e João Capiberibe, o vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, além de deputados federais, senadores, prefeitos e representantes dos seis segmentos sociais do partido.
Além de reafirmar o engajamento no movimento pelo Impeachment Já do presidente, os representantes do partido analisaram a conjuntura política, econômica e social do país, aprovando propostas voltadas à área econômica e social no período pós-pandemia.
Uma manifestação em desagravo ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi aprovada, em reconhecimento à firme atuação de seus integrantes na defesa do Estado Democrático de Direito e das garantias constitucionais.
Luta diária
Durante a reunião, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, defendeu que PSB deverá liderar o movimento em defesa da democracia dos ataques constantes do bolsonarismo. “É uma luta diuturna, não podemos esmorecer”, disse, chamando a atenção da utilização da estrutura da Polícia Federal para perseguir aqueles a quem o presidente considera “inimigos”. “A ação da PF nos últimos tempos preocupa e muito. Pelo que tem ocorrido, dá uma forte impressão de que o Governo está e irá cada vez mais utilizar a PF contra os seus opositores”.
Pandemia
Recordando os 42 mil óbitos já registrados no país em razão da covid-19, o governador Paulo Câmara (PE), alertou para os meses de dificuldades que ainda virão. “Estamos combatendo o coronavírus. E outro pior, a ação de sabotagem do presidente. Estamos num momento muito parecido com o que ocorreu em 64, estamos no clima pré-64. Temos que ter força, perseverança e força para enfrentar tudo isso”, declarou.
Fake news
Para a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), o momento é de demonstrar e denunciar a ação orquestrada das ações coordenadas pelo governo quanto à adoção das fakes news. “Vejam, por exemplo, o que ocorreu o Secretário Estadual de Saúde do Pará, Dr. Beltrame, que denunciou os atos do governo Federal e na semana seguinte, teve a ‘visita’ da PF em sua casa. Dentro da Frente Ampla, temos que fortalecer as propostas da Frente de Esquerda”, pediu.
Um balanço foi apresentado ao colegiado com as principais medidas do governo Bolsonaro, divididas em 18 tópicos.
Frente Ampla
Para fazer frente ao atual governo, o PSB defende que a frente ampla seja formada com base em um programa “majoritário e robusto” em defesa da democracia e de suas instituições.
Para os socialistas, esta frente deve envolver toda a sociedade civil, como artistas, intelectuais, partidos políticos, governadores e prefeitos, sindicatos e confederações de trabalhadores, instâncias representativas democráticas das polícias, órgãos de imprensa, cientistas e autoridades de saúde. O partido se propõe a somar esforços com movimentos da sociedade civil que se opõem ao governo, como #Somos70%, #EstamosJuntos e #Basta.
“Esta tarefa é urgentíssima, porque não se pode dizer, infelizmente, que o presidente da República e seu grupamento ideológico estejam sendo mal sucedidos nos intento de impor sua plataforma política fundamentalista à sociedade civil. Além disso, estão melhor organizados neste momento do que as forças democráticas, e têm sob seu controle a máquina federal”, afirma o partido.
O PSB seguirá empenhado na ampliação do movimento Janelas da Democracia, que já reuniu mais de 60 personalidades e lideranças do mundo político, social, artístico, cultural e intelectual, em uma live pelas redes sociais de cinco partidos – PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania. A segunda edição será no dia 18 de junho e contará com um número maior de representantes de segmentos sociais dispostos a defender a democracia.
Propostas pós-pandemia
Os socialistas aprovaram propostas para o enfrentamento da crise econômica e social no período pós-pandemia. Entre elas, o estabelecimento de um programa de renda mínima universal, e a formulação de um programa de investimentos públicos diretos e de um plano de recuperação financeira de empresas.
Também a defesa da criação de um fundo garantidor de financiamentos para as micro, pequenas e medias empresas, com juros baixos, o fomento ao investimento privado, além de medidas para adequar o serviço da dívida pública à realidade de grave crise.
Considerada uma das áreas mais atacadas pelo atual governo, a educação foi considerada pelos socialistas um “eixo estruturante para reconstrução do país” no pós-pandemia.
Com informações do PSB Nacional.