O presidente russo Vladimir Putin aceitou participar de uma “mesa de negociação” com o ucraniano Volodymyr Zelensky para tratar de um fim da guerra na Ucrânia.
A decisão de Putin foi tomada após conferência com o líder chinês Xi Jinping, que foi o primeiro a divulgar a informação.
“A China apoia a Rússia e a Ucrânia para resolverem a questão através da negociação. A posição básica da China sobre o respeito pela soberania e pela integridade territorial de todos os países, e pelos propósitos e princípios da Carta da ONU é consistente”, afirmou o presidente chinês, citado pelo pelo South China Morning Post.
Mais cedo, o presidente da Ucrânia publicou um vídeo em sua conta no Telegram pedindo abertura de diálogo com o líder russo, Vladimir Putin, segundo a agência Sputnik.
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“Quero apelar mais uma vez ao presidente da Federação Russa […] vamos sentar à mesa de negociações para impedir a morte de pessoas”, diz Zelensky.
Tropas russas já estão em Kiev, mas não teriam chegado ainda ao centro do governo ucraniano. Em vídeo divulgado pela TV estatal e pelas redes sociais, Putin parabenizou a atuação das forças armadas do país.
Conversa com líder chinês
Na conversa com Jinping, Putin falou da origem histórica da questão da Ucrânia, assim como a situação e a posição russa em desenvolver ações militares específicas no leste da Ucrânia.
Segundo ele, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ignoraram por muito tempo as preocupações adequadas da Rússia e expandiram de forma constante as disposições militares para o Leste, provocando o limite estratégico da Rússia.
O líder chinês ouviu e ponderou a atuação russa, mas ressaltou que é preciso abandonar o pensamento de Guerra Fria, dar importância e respeitar as preocupações adequadas dos demais países e criar um mecanismo de segurança europeia equilibrado, eficaz e sustentável através de negociações.
Jinping ainda falou da disposição da China em promover em conjunto com a comunidade internacional o conceito de segurança conjunta, sintética, cooperativa e sustentável, além de defender firmemente o sistema internacional com as Nações Unidas como núcleo e a ordem mundial baseada nas leis internacionais.
Bombardeio durante a madrugada
No segundo dia de guerra na Ucrânia, as forças russas comandadas por Vladimir Putin desferiram um pesado bombardeio sobre a capital, Kiev, enquanto tanques se dirigem à cidade – veja vídeos aqui.
As bombas começaram a ser disparadas durante a madrugada desta sexta-feira (25), quando o governo ucraniano disparou alarme de ataque aéreo na capital. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram um pesado bombardeio que teria atingido áreas civis, além dos alvos militares.
O objetivo de Putin é ocupar Kiev, que já foi capital da Rússia entre os séculos X e XII e ganhou importância em 1934, quando tornou-se o centro política da República Socialista Soviética da Ucrânia.
No Mar Negro, a Rússia teria tomada a a ilha de Zmiinyi, com a rendção de 82 soldados ucranianos. Zelensky, decretou estado de mobilização geral e convocou todos os recrutas e reservistas aptos para o serviço, que devem se apresentar a alguma das instituições militares do país.
Nas redes sociais, o governo ucraniano convocou maiores de 60 anos com boa saúde e menores de 18 anos para se juntar ao Exército para resistir à invasão russa. Ainda foram compartilhados guias ensinando a população a fazer coquetéis molotov para atacar tropas russas.
Radiação em Chernobyl
A agência nuclear ucraniana afirmou que registrou um aumento nos níveis de radiação em Chernobyl, que foi tomada pela forças de Putin nesta quinta.
A Rússia nega e diz que vai mandar paraquedistas para garantir a posse de Chernobyl e a segurança do local onde funcionava a antiga usina nuclear, disse um porta-voz do Ministério da Defesa russo.
Por Plinio Teodoro, da Fórum