Dados telefônicos de Márcia de Aguiar revelam que Fabrício Queiroz passou por pelo menos três cidades e endereços ligados a Frederick Wassef

Apreendido em dezembro do ano passado pelo Ministério Público do Rio, o aparelho de Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, ajudou a revelar onde o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) esteve enquanto o País se perguntava sobre seu paradeiro.
Segundo o Estadão, investigações mostram que Queiroz passou por pelo menos três cidades e endereços ligados a Frederick Wassef, conhecido como advogado do presidente Jair Bolsonaro e também ex-advogado do senador no caso das “rachadinhas”.
No fim de fevereiro de 2019, o celular de Márcia começou a registrar sua presença no Guarujá, no litoral paulista. Por meio de imagens e de informações como conexões em redes de Wi-fi, o MP conseguiu construir um mapa de deslocamento da investigada.
Em reportagem do Jornal da Band, publicada na semana passada, o apartamento de 200 metros quadrados na praia de Pitangueiras pertence à família de Wassef. O ex-assessor teria chegado lá em dezembro de 2018, antes dos registros observados no telefone de Márcia, conforme relataram moradores.
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Depois dos quatro meses em que há indícios de Márcia no Guarujá, foram a Atibaia, no interior paulista. Lá, os registros começam a aparecer em 27 de junho, quase um ano antes da prisão de Queiroz no escritório de Wassef na cidade.
“Anjo” de Queiroz
Devido a compromissos médicos, Queiroz fazia constantes visitas a capital paulista. No dia 23 de novembro, Márcia recebeu, à meia-noite, uma mensagem de seu marido dizendo que ele e o filho Felipe estavam no apartamento do “Anjo”, como era chamado Wassef nas conversas.
Embora tenha escritório em Atibaia, o advogado vive no Morumbi, zona sul da capital, onde Queiroz chegou a ficar antes de ir para o Guarujá. Com isso, há pelo menos três endereços que aproximam Wassef do ex-assessor de Flávio, contradizendo as declarações dos envolvidos.
Após dizer que não mantinha contato com Queiroz, o advogado mudou seu discurso e afirmou deu abrigo por uma “questão humanitária”. Disse também que o fato de o ex-servidor do gabinete de Flávio estar lá não constituía crime, já que o policial aposentado não era considerado foragido.