
Preocupado em criar uma marca própria de apelo social e desvincular o Bolsa Família do PT, o governo Bolsonaro divulgou o desenho preliminar do novo programa, Renda Brasil. O Ministério da Economia propõe um orçamento anual de R$ 51,7 bilhões e 57,3 milhões de pessoas beneficiadas, e elevação do benefício médio de R$ 190,16 para R$ 232,31.
Atualmente, o Bolsa Família inclui 13,2 milhões de famílias, o que alcança 41 milhões de pessoas a um custo de cerca de R$ 32 bilhões ao ano. Entram no programa famílias com renda per capita mensal até R$ 250, a chamada linha de pobreza para acesso ao benefício.
Com substituto do Bolsa Família, o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer desonerar empresas que contratarem trabalhadores que estarão no Renda Brasil com a nova Carteira Verde Amarela. A medida é vista como uma forma de facilitar as chamadas “portas de saída” do programa de transferência de renda.
O governo pretende implementar o Renda Brasil já no segundo semestre, como uma alternativa para parte das famílias que passaram a receber o auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia da covid-19.
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No entanto, mesmo com o incremento dos recursos, especialistas alertam que cerca de 60 milhões de brasileiros, hoje atendidos com o auxílio emergencial pago por causa da pandemia da covid-19, ficarão de fora do Renda Brasil e sem renda de uma hora para outra. Eles defendem a prorrogação até o fim do ano do auxílio, que beneficia cerca de 120 milhões.