
Por Henrique Rodrigues
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), segundo aliados próximos, anda decepcionado com o desempenho de seu nome nas pesquisas de opinião para a corrida presidencial deste ano e deve abandonar a candidatura.
A forte polarização entre Lula (PT), que aparece líder absoluto nas sondagens, e Jair Bolsonaro (PL), com uma significativa fatia do eleitorado, além de nomes como o de Sergio Moro (Podemos), que chegou a atingir 10% das intenções de voto, e de Ciro Gomes (PDT), que vem em baixa e é citado por uma pequena fração dos entrevistados, fez Pacheco mergulhar na realidade e, com menos de 1% da preferência dos eleitores, adotar postura de desânimo.
Quadros do PSD, sua legenda, criticaram o sumiço do senador durante o recesso parlamentar. Ele havia se comprometido a iniciar um giro pelo país para tornar seu nome mais conhecido e também produzir mais conteúdos em suas redes, para que sua presença no pleito ganhasse alguma projeção. No entanto, o jovem presidente do Senado desapareceu nas férias, ficando recluso em Minas Gerais e sem postar nada na internet. Para aliados, o comportamento dele terminou de encerrar com suas pretensões de chegar à chefia do Estado.
Kassab não abre mão de candidato
Integrantes da legenda informaram também que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já estaria em busca de um outro nome para substituir Pacheco na corrida pelo Palácio do Planalto.
A caçada teria sido paralisada nos últimos dias porque o cacique testou positivo para covid-19 e precisou ser internado, ainda que com quadro estável, para monitorar o avanço da doença.
Assim que se recuperar, garantem assessores, ele retomará o garimpo para encontrar um perfil que se encaixe no papel de presidenciável pelo partido.
Ciro Gomes lança pré-candidatura
O PDT confirmou a pré-candidatura do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, à Presidência da República. O anúncio foi realizado na última sexta-feira (21) em lançamento ocorreu em ato na sede do partido, em Brasília, durante o encerramento da convenção nacional do PDT e após votação do diretório com apresentação do Projeto Nacional de Desenvolvimento.
Mesmo antes do anúncio oficial, Ciro já noticiava que pretendia concorrer à presidência e, dentro da legenda, já era tratado como pré-candidato. Apesar das pressões políticas – principalmente de fora do PDT – para que desistisse da ideia, Ciro Gomes entrou no palco ao som do jingle da campanha que fala sobre “a rebeldia da esperança” e comentou: “Tão pensando o quê? Isso é pra valer!”, afirmou Gomes.
Com o discurso do pedetista durante o lançamento de sua pré-candidatura, fica claro que ele tem como bandeira a “reindustrialização” do Brasil. A política fiscal para tornar o Estado indutor desse processo passa por deixar os investimentos do governo federal livres do teto de gastos. O objetivo é vincular a expansão dos investimentos ao crescimento da receita corrente líquida.
Atualmente, as despesas obrigatórias, como gastos com salários de servidores e a Previdência, apertam o espaço para esse tipo de gasto no teto. Desta forma, para aumentar a receita, Ciro defende a tributação de lucros e dividendos “dos ricos” e um corte de 15% nos incentivos fiscais. Então, ele estima um ganho de arrecadação de R$ 48 bilhões e, com a 2ª, de R$ 45 bilhões.
Leia também: PSB e PT vão juntos reunir militância e apoiadores pelos estados
Além disso, o pré-candidato anunciou uma série de programas que pretende lançar caso seja eleito. Além do Internet do Povo, que prevê financiar smartphones para a população mais pobre, o pré-candidato disse que vai formular um “Plano Emergencial de Pleno Emprego”, para abrir 5 milhões de vagas no primeiro biênio de um eventual governo.
Ciro também disse que tomar as seguintes iniciativas: “Minha Escola, Meu Emprego, Meu Negócio”, que vai promover estágios remunerados; construirá escolas em tempo integral; programa de reforma urbana e de regularização fundiária; e o programa Renda Mínima Universal Eduardo Suplicy, para unir o Auxílio Brasil, o Seguro Desemprego e Aposentadoria Rural.
Ao se declarar como o candidato que mais fala de macroeconomia, Ciro também reforçou que irá taxar grandes fortunas. “Reafirmo aqui em alto bom som: eu taxarei, sim, as grandes fortunas, cobrarei impostos sobre lucros e dividendos e modificarei sim a estrutura tributária”, disse. E mesmo sem dar qualquer tipo de detalhes, o pedetista afirmou que vai mudar a “política de preços e de gestão da Petrobras”.
Caso seja eleito, Ciro declarou que vai lançar um plano emergencial de pleno emprego para abrir 5 milhões de vagas nos primeiros dois anos de governo. O pedetista criticou a política de desoneração de impostos do governo Bolsonaro e disse que irá “desonerar compensatoriamente a produção de forma seletiva e bem planejada acabando com o festival de desonerações sem controle e sem retorno”, comentou.