
Ao contrário do que sugeriu o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a morte de uma adolescente de 16 anos, oito dias depois de receber a primeira dose da vacina da Pfizer, foi causada por uma doença autoimune: a púrpura trombótica trombocitopênica (PPT).
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo concluiu que a morte não foi causada pela vacina. A adolescente, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, faleceu no último dia 2.
O caso foi investigado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo.
“As análises técnicas indicam que não é a vacina a causa provável do óbito e sim à doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada “Púrpura Trombótica Trombocitopênica” (PPT)”, disse em nota a pasta, após análise conjunta realizada com 70 pesquisadores.
Segundo o estado, a PTT é “uma doença autoimune, rara e grave, normalmente sem uma causa conhecida capaz de desencadeá-la, e não há como atribuir relação causal entre PTT e a vacina contra COVID-19 de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer”, afirmou a secretaria.
Em 15 de setembro, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) Nacional recebeu do Cievs de São Paulo a informação de um rumor em grupos de WhatsApp de que um óbito envolvendo uma adolescente de 16 anos estaria relacionado à aplicação da vacina Pfizer.
Em ofício, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) solicitaram nesta quinta-feira (16) um posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a autorização para uso da vacina Pfizer em adolescentes de 12 a 17 anos.
O imunizante é o único autorizado para uso em adolescentes.
Em nota, a Anvisa afirmou ter sido notificada sobre o caso na quarta (15) e que “no momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina”. A agência também afirmou que os dados recebidos são preliminares e precisam de aprofundamento para “confirmar ou descartar a relação causal com a vacina”
O Ministério da Saúde, no entanto, recomendou a suspensão da aplicação da vacina em adolescentes sem comorbidades, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve a posição da recomendar a vacina à categoria, visto que não havia nenhuma relação, até o momento, entre a morte e o imunizante.
Apesar disso, ao menos 15 capitais e o Distrito Federal decidiram manter a vacinação dos adolescentes sem comorbidade.
Com informações do G1