
Os secretários de Saúde estaduais já esperam uma nova crise da vacina contra a Covid-19 com a falta de doses suficientes para imunizar mesmo os profissionais de saúde de suas regiões.
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De acordo com dirigentes ouvidos pela coluna da Mônica Bergamo, já é consenso, no Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que as 6 milhões de doses distribuídas nesta segunda (18) pelo Ministério da Saúde vão acabar rapidamente. Um deles chegou a dizer que elas vão durar apenas três dias em alguns estados.
Pressão e incertezas
Já a pressão, na ponta, segundo o mesmo secretário, vai se intensificar — sem perspectiva de chegada rápida de novos imunizantes para hospitais e postos de saúde dos municípios, e a alta de casos de Covid-19, a cobrança deve aumentar.
Haverá, portanto, um intervalo largo de tempo entre a primeira fase da campanha, iniciada nesta segunda (18), e a distribuição de um segundo lote de vacinas.
O Instituto Butantan, por exemplo, tem apenas outras 4 milhões de doses já prontas para distribuição, e que ainda vão ser aprovadas pela Anvisa para poder ser disponibilizadas aos estados. O processo, agora, deve ser célere já que a análise mais aprofundada do imunizante foi feita no domingo (17). Mas o número de doses é insuficiente para uma ampla cobertura vacinal.
No total, a instituição deve disponibilizar 46 milhões de doses até março — as 6 milhões que começaram a ser distribuídas hoje, as outras 4 milhões que vão ser aprovadas e mais 36 milhões que ainda não estão prontas —, pelo calendário, o Butantan tem até março para finalizá-las e depende da chegada do IFA, o princípio ativo da Coronavac, da China para produzi-las.
Outros imunizantes apenas em março
Já a vacina de Oxford/Astrazeneca só deve começar a ser disponibilizada em larga escala no Brasil depois de março pela Fiocruz.
O Ministério da Saúde tentou importar, da Índia, um primeiro lote de 2 milhões da vacina inglesa de forma emergencial. Fracassou num primeiro momento e segue em tratativas para efetuar a compra. O número de doses, de qualquer forma, é pequeno para o tamanho da população brasileira, que é de 211,8 milhões segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020.
Com informações da Folha de S. Paulo.
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