A caixa de pandora foi aberta no mundo dos sertanejos. Ao fazer críticas à colega Anitta, dizendo em uma apresentação ao vivo que não precisava nem fazer “tatuagem no toba” e nem usar a Lei Rouanet, o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, abriu uma crise sem precedentes no mercado de shows e acabou virando alvo de críticas de seus colegas de gênero.
De acordo com a coluna do Fefito no Splash, sertanejos não têm poupado críticas a Zé Neto em grupos de WhatsApp, pois suas declarações abriram uma “caixa de Pandora“. Desde suas críticas à Lei Rouanet, tem sido revelados vários cachês milionários realizados em cidades pequenas pelo Brasil que foram sido pagos com dinheiro público e muitas vezes sem licitação.
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Gusttavo Lima
Um show do bolsonarista Gusttavo Lima em um município de Roraima com oito mil habitantes, por exemplo, custaria R$ 800 mil.
Por conta da mesma denúncia, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais, anunciou neste sábado (28) o cancelamento de outro show de Gusttavo, que custaria aos cofres da cidade o valor de R$ 1,2 milhão. Ele iria se apresentar na cidade no dia 20 de junho, durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos.
De acordo com o contrato de prestação de serviços, o pagamento foi dividido em duas parcelas: 50% na assinatura do contrato (R$ 600 mil) e a outra metade (R$ 600 mil) em 15 de junho – cinco dias antes da apresentação do sertanejo.
O vereador da cidade, Sidnei Seabra da Silva, encaminhou um ofício ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciando que o valor astronômico estabelecido no contrato entre a prefeitura e a empresa que representa Gusttavo Lima provém de recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Segundo ele, configura manobra que caracterizaria improbidade administrativa.
A assessoria da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro por sua vez, afirmou que “a presente contratação foi realizada dentro da legalidade e, neste sentido, as respostas já foram devidamente encaminhadas aos órgãos de controle”.
Já o Ministério Público disse, por meio de nota, que a representação da Câmara Municipal gerou uma “Notícia de Fato”. “Trata-se de um procedimento instaurado para verificar se há elementos que justifiquem a abertura de uma investigação pelo MPMG (inquérito civil). Não há mais detalhes a serem fornecidos no momento”.