Não é novidade que a pandemia do novo coronavírus causou danos profundos ao setor cultural e criativo, inclusive com apontamentos de estudos recentes como um articulado pela Unesco.
Agora, o endosso vem de estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Sebrae, apoiado pelo governo do estado de São Paulo, segundo o qual 88,6% das empresas contabilizaram baixa de faturamento desde início do isolamento social. Outras 63,4% afirmaram ser impossível manter as atividades durante este período.
O levantamento, registra a Folha, foi realizado com 546 empresas em todas as regiões do Brasil, no período entre o final de maio e meados de junho.
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O estudo apresenta o impacto no rendimento das empresas do setor, mas com perspectivas positivas trazidas pelo novo mercado de entretenimento online. Nas artes, um exemplo é o teatro.
A crise antecipou o processo de digitalização para milhares de empreendedores do setor, que daqui para frente tende a conviver com espetáculos presenciais uma vez que as casas de espetáculo forem reabertas.
“Isso veio para ficar por conta da praticidade e por conta dos problemas de mobilidade nas metrópoles do mundo inteiro. O meio digital tende a ser mais democrático e inclusivo do que o presencial”, argumenta Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia Criativa do estado de São Paulo.
Ele acrescenta que vê um complemento e não uma competição entre as formas física e virtual de se consumir cultura.
PIB
De acordo com Leitão, o setor crescia a uma média anual de 4,6% em 2018 e 2019, antes de ser sacudido pelo coronavírus, e que a recuperação total do PIB gerado pela economia criativa no ano passado —R$ 190,5 bilhões— só deve acontecer em 2022. Para o biênio 2020-2021, a previsão de queda é de R$ 69,2 bilhões.