Depois da escandalosa e superfaturada compra de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas, o deputado Elias Vaz (PSB) divulgou nesta terça-feira (12) mais um levantamento que revela a preocupação dos militares com a disfunção erétil. Órgãos ligados ao Exército, solicitaram a compra de 60 próteses penianas por unidades ligadas ao Exército com o custo de R$ 3,5 milhões.
Diante da situação, o deputado federal Bira do Pindaré (PSB) começou a recolher assinaturas para pedir uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as aquisições de órgãos vinculados ao Ministério da Defesa, além dos indícios de superfaturamento.
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O deputado apresentou o requerimento nesta terça, por volta do meio dia, e até as 17h o documento já contava com mais de 50 assinaturas. Para que a CPI seja instalada são necessárias 171 signatários. “Para comprar absorventes o governo vetou o projeto de lei, no entanto tem recursos para comprar Viagra? Qual é o critério? Há uma inversão de prioridades além de um completo desperdício de dinheiro público”, disse o deputado Bira do Pindaré ao Socialismo Criativo.
O socialista destacou, ainda, que não há explicações razoáveis para as compras abusivas das Forças Armadas. “Comprar essa medicação na dosagem especificada só serve mesmo para disfunção erétil. Não há nenhuma razoabilidade, então, é preciso que uma CPI investigue com instrumentos e critérios consistentes”, complementa.
O Ministério da Defesa havia alegado que o medicamento seria para tratar pacientes com hipertensão arterial pulmonar.
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Bira lembra que além do viagra, existem outras denúncias de corrupção nas Forças Armadas, além do viagra, há compras de picanha, bacalhau, cerveja, whisky, próteses penianas e tantos outros itens questionáveis. A maioria delas levantada pelo deputado federal socialista Elias Vaz.
“O que nos causa maior indignação é lembrar que muitos brasileiros morreram de Covid porque o governo não queria comprar a vacina da Pfizer e agora compra uma medicação do mesmo fabricante que não tem qualquer explicação plausível. Isso causa muita indignação em todos nós”, finalizou Bira.
Próteses penianas para quê?
Elias Vaz afirmou, por meio de nota, que pretende juntar o caso das próteses penianas aos demais para levar ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF). O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) se uniu ao socialista na denúncia.
o deputado explicou que os dados foram coletados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal e revelam que foram realizados 3 pregões para a compra das próteses penianas infláveis de silicone.
O tamanho das próteses varia de 10 a 25 centímetros e todos os pregões foram homologados em 2021. Confira como foram realizadas as compras:
- Pregão 00036/2020: compra 10 próteses, custando R$50.149.72 cada, para o Hospital Militar de Área de São Paulo;
- Pregão 00010/2021 adquire 20 unidades ao custo de R$57.647,65 a unidade para o Hospital Militar de Área de Campo Grande;
- Pregão 00051/2021 permite a compra de mais 30 próteses, com preço de R$60.716,57 cada, para o Hospital Militar de Área de São Paulo.
Confira aqui arquivos divulgados por Elias Vaz: