A chapa Lula-Alckmin tem buscado negociar com a chamada terceira via (PSD, MDB e União Brasil) para buscar apoio já no primeiro turno das eleições. Porém, apesar dos esforços do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-governador, Geraldo Alckmin (PSB), ainda existe muita resistência.
Na última quinta-feira (14), o presidente do PSD, Gilberto Kassab, chegou a dizer que o partido não está unido e defendeu que a legenda siga neutra quanto às eleições presidenciais.
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Na quarta-feira (13), em reunião com senadores, Lula afirmou que não desistiria do apoio do PSD já no primeiro turno e a resposta de Kassab foi a emissão de uma nota pública em que defende a neutralidade da sigla.
“Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país. A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido”, afirma Kassab na nota.
“Diante dos fatos apresentados, encaminho como proposta para nossa convenção nacional que o Partido Social Democrático adote a neutralidade nesta eleição presidencial”, reiterou.
Kassab disse que no “momento apropriado” irá declarar sua preferência na corrida presidencial, no entanto existe uma expectativa de que ele declare apoio a Lula.
“No momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária, já que ocupo a presidência nacional do PSD, compartilharei minha preferência pessoal para este pleito.”
A reunião de quarta-feira, que segundo participantes durou quase três horas, Lula disse ter saído “muito satisfeito” da conversa com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
Lula, Alckmin e Pacheco almoçaram juntos na residência oficial da presidência do Senado, em Brasília, ao lado de parlamentares do PT e de outros partidos.
O presidente do PSD também disse que o partido buscou por muito tempo uma candidatura própria e teria articulado a entrada de Rodrigo Pacheco no partido para que ele se candidatasse ao Palácio do Planalto. Porém, o presidente do Senado declinou da proposta.
“Diante do convite, recebido com grande entusiasmo, Pacheco ponderou ao longo de meses e se convenceu da importância de sua presença à frente da presidência do Senado ao longo do processo eleitoral, papel fundamental para garantir a estabilidade institucional do Brasil”, escreveu Kassab.
Lula teria dito, no almoço, da importância do papel de Pacheco no Senado para evitar que ocorram rupturas institucionais diante do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto à confiabilidade das urnas eletrônicas.
Rodrigo Pacheco se comprometeu a defender o resultado das eleições.