
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, defendeu nesta quarta-feira (29) que juízes e membros do Ministério Público só possam se candidatar a cargos políticos oito anos após deixarem a magistratura. A imposição do prazo teria que ser aprovada pelo Congresso Nacional.
“Eles tinham que colocar na Lei de Inelegibilidades a inelegibilidade de magistrados e membros do Ministério Público por pelo menos 8 anos”, disse Toffoli.
“Porque assim se evitaria de utilização da magistratura e do poder imparcial do juiz para fazer demagogia, aparecer para a opinião pública e depois se fazer candidato. Quem quer ser candidato tem que deixar a magistratura, tem que deixar o Ministério Público, e há de haver um período de inelegibilidade sim”, afirmou o ministro.
Debates na internet
O presidente do STF fez as afirmações durante sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quando era julgada a proibição a um juiz do Maranhão para participar de debates na internet com políticos do estado.
O ministro afirmou que o caso em julgamento seria representativo. “Esse caso é paradigmático, porque a imprensa começa a incensar determinado magistrado e ele já se vê candidato a presidente da República, sem nem conhecer o Brasil, sem nem conhecer seu estado, sem ter ideia do que é a vida pública”, disse Toffoli.
Toffoli não citou nenhum caso específico ao defender o prazo de inelegibilidade para magistrados.
Sérgio Moro
O nome do ex-juiz Sergio Moro costuma ser lembrado como possível candidato à Presidência da República em 2022.
Moro comandou a Lava Jato em Curitiba e deixou o Judiciário para ser ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro (sem partido). No Congresso já há projeto em tramitação que busca impor uma quarentena para que juízes e membros do Ministério Público possam se candidatar a cargos eletivos.
Na sessão de hoje, o CNJ confirmou a decisão liminar (provisória) do corregedor Humberto Martins e manteve a proibição ao juiz Douglas de Melo Martins para participar de lives que possam ter conotação político-partidária. O juiz maranhense ganhou notoriedade ao determinar o lockdown na região metropolitana em São Luís.
Com informações do UOL