
O Superior Tribunal Eleitoral (TSE) vai apurar se a Empresa Brasil Comunicação (EBC) foi utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para fazer propaganda política antecipada. Um dossiê produzido por servidores está em análise pela Corte, além do uso da TV pública para veiculação da própria live.
A investigação faz parte do inquérito administrativo aberto pelo TSE que investiga as falsas acusações de Bolsonaro de fraude nas urnas eletrônicas. As informações são da Folha de S. Paulo.
O material em posse do TSE teria informações sobre a utilização do aparato público para fazer propaganda antecipada e o uso da EBC para promoção de integrantes do governo de Jair Bolsonaro.
Logo após a live, deputados do PT encaminharam uma notícia crime contra Bolsonaro por uso da empresa pública para questionar as eleições.
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As possíveis interferências na EBC não são de hoje. A diretoria da empresa deixou de publicar as análises do ombudsman em seu site poucos meses depois de ela apontar para a falta de informações sobre a crise de oxigênio em Manaus e da posse do presidente dos EUA, Joe Biden, no noticiário dos canais públicos.
TSE vai auditar mais urnas
O presidente do TSE Luís Roberto Barroso pretende aumentar o número de urnas eletrônicas nas quais são feitas auditorias nos dias da eleição, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Hoje, cem urnas são sorteadas entre as quase 450 mil distribuídas Brasil afora e depois levadas aos TREs para serem verificadas por especialistas, num processo devidamente filmado.
Barroso não tem ainda, no entanto, o número total de quantas urnas passariam a ser auditadas desta forma.
Bolsonaro desce mais o nível
Com medo de perder as próximas eleições, o presidente insiste na tese de que as urnas eletrônicas não são seguras e que o processo eleitoral é fraudulento. Nesta narrativa, desfere ataques e ofensas, especialmente, ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news que tem Bolsonaro como um dos alvos, e também ao ministro Barroso, que é presidente do TSE.
Em reação, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, subiu o tom contra o presidente. Durante a sessão do Supremo desta quinta-feira (5), o magistrado anunciou o cancelamento de reunião que aconteceria entre os chefes dos Três Poderes brasileiros (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Com informações da Folha de S. Paulo e O Globo