O sociólogo e político brasileiro, referência para a esquerda do país, Florestan Fernandes faria 100 nesta quarta-feira, dia 22 de julho. Em homenagem ao centenário dele, a TV Cultura exibe um documentário com base nas entrevistas concedidas pelo sociólogo aos programas Vox Populi (1984) e Roda Viva (1994). O programa será exibido pelas redes sociais da emissora no Youtube, às 22h45, e no Facebook às 20h.
Ganhador do Prêmio Jabuti pelo livro Corpo e alma do Brasil, em 1964, o sociólogo produziu mais de 50 obras entre livros e artigos publicados, além de quase dez anos de uma atuante carreira política.
Florestan contribuiu para a construção do pensamento social crítico no Brasil, e demarcou seu pioneirismo na discussão antirracista ao realizar estudos sobre os resquícios da escravidão e do racismo.
Ele ainda se dedicou ao estudo etnológico dos índios Tupinambá e a elaborações sobre a luta de classes e a pobreza na sociedade brasileira.
“A democracia só será uma realidade quando houver, de fato, igualdade racial no Brasil e o negro não sofrer nenhuma espécie de discriminação, de preconceito, de estigmatização e de segregação, seja em termos de classe, seja em termos de raça”, refletiu Fernandes em seu livro ‘Significado do Protesto Negro‘, escrito há 33 anos.
Na produção, o sociólogo Rogério Baptistini analisa as obras manuscritas do sociólogo. O escritor Laurez Cerqueira aborda a investigação de Florestan acerca do movimento negro, com influência não apenas no pensamento brasileiro, mas também entre estadunidenses.
Atualizando o debate, o sociólogo Jessé Souza reflete como que Fernandes estaria vendo hoje os movimentos antirracistas pelo mundo.
O documentário comemorativo ainda passa por depoimentos de pessoas próximas a Florestan, como o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, aluno dele, que revelou um pouco da convivência com o mestre.
Também serão mostradas as análises do vereador Eduardo Suplicy, que lembra da carreira política do companheiro no Partido dos Trabalhadores (PT) ; e do filho, o jornalista Florestan Fernandes Júnior, sobre como o pai veria o Brasil de hoje.