
“Que vergonha, que tristeza”. Foi assim que o deputado federal Aliel Machado (PSB-PR) resumiu o sentimento nacional após o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, adicionar uma nova gafe à lista de imprudências diplomáticas cometidas pelo Brasil neste último domingo (7), ao surgir sem máscara em encontro com o ministro do Exterior israelense, Gabi Ashkenazi.
A ‘saia justa’ ocorreu no primeiro compromisso oficial da comitiva brasileira que embarcou no sábado para o país do Oriente Médio. No flagra, capturado pelas câmeras de TV, Ernesto Araújo, que não usava máscara, seguia para posar para foto oficial junto com o chanceler israelense, quando foi alertado pelo locutor do evento: “Precisamos que seja com máscara”, advertiu, em inglês. Araújo se afastou e colocou o acessório antes de se aproximar do homólogo israelense para a foto.
No sábado, antes de embarcar para Israel, o chanceler brasileiro foi criticado por postar foto em que aparece sem máscara ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e da comitiva que o acompanhou ao país, líder mundial em vacinação.
Enquanto busca apoio no exterior e insiste na compra de spray nasal contra a Covid-19, no Brasil, o governo lida com a repercussão da denúncia de que, no ano passado, rejeitou ao menos três ofertas da farmacêutica Pfizer, deixando de obter ao menos três milhões de doses, que já poderiam ter sido aplicadas, segundo reportagem da Folha de S. Paulo publicada no domingo.
Lição aos negacionistas
Diante de mais um escândalo, não demorou muito para que a mais nova gafe do chanceler brasileiro logo inundasse a internet.
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), por exemplo, viu no episódio um recado internacional aos representantes do governo de Jair Bolsonaro.
“Eis o motivo para a pandemia estar controlada em Israel: até os negacionistas são obrigados a seguir a ciência para poder andar por lá”, afirmou.
‘Vergonha mundial’
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) também não poupou nas críticas ao líder da comitiva, o que também foi feito pela companheira de partido, Perpétua Almeida (PCdoB-AC). “O governo brasileiro não cansa de ser uma vergonha mundial!”, disse a deputada baiana.
‘Valentões só no Brasil’
“Cambada de frouxos. São valentões só no Brasil”, emendou Perpétua.
‘Humilhante’
O ex-deputado Jean Wyllys (PSOL) viu sinais anteriores de vergonha ao comentar o assunto. “Humilhante é, antes, o fato deste fanático idiota ser o ministro das Relações Exteriores. Humilhante é, antes, o presidente genocida a quem ele serve ter sido ele apesar de sua campanha baseada apenas em mentiras, ódio e violência, nenhum programa de governo além o de matar.”
‘Mais um crime’
Rogério Correia (PT-MG), por outro lado, apontou mais dois crimes cometidos pelo presidente. “Mais dois crimes de Bolsonaro na pandemia, o que o torna um genocida perigoso. Rejeitou 70 milhões de vacinas da Pfizer e envia patetas em busca de spray milagroso a Israel. Virou chacota internacional e deverá ser enquadrado em crime contra humanidade!”.
O jornalista Guga Chacra resumiu a razão pela qual Israel vem ganhando destaque no combate à Covid-19 ao explicar o contrafluxo das ações bolsonaristas. “Vergonhosamente, o chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, tomou bronca porque estava sem máscara na hora de tirar uma foto com um ministro israelense. O governo de Netanyahu, em Israel, recomenda uso de máscaras, implementou lockdown e vacinação em massa. O oposto do governo Bolsonaro”.