Segundo depoimento, viúva de Adriano da Nóbrega afirmou que não sabia mais se o casal contava com o “apoio de políticos que condecoraram seu marido”. O miliciano já foi homenageado por Flávio Bolsonaro

Uma reportagem publicada na edição desta quinta-feira (30) no Estadão trouxe novo capítulo para a fuga do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega. Segundo o jornal, uma testemunha disse que ouviu de Júlia Emília Mello Lotufo, viúva do capitão Adriano, que ela não sabia mais se o casal contava com o “apoio de políticos que condecoraram seu marido”.
O miliciano foi homenageado em 2003 e 2005 com condecorações dadas pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), por indicação do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, hoje senador pelo Republicanos.
Ainda segundo a testemunha, cuja identidade é mantida em sigilo, Julia relatou que o marido precisava responder por “algumas pendências”, mas que não seria “nada grave” – por isso, havia deixado o local. Julia disse, ainda de acordo com a testemunha, que “a situação do marido estaria perto de ser resolvida pelo STF (Supremo Tribunal Federal)”, sem dar detalhes.
Adriano tinha prisão decretada pela Justiça do Rio de Janeiro desde 22 de janeiro de 2019. Alvo da Operação Intocáveis, ele foi acusado de ser um dos chefes do Escritório do Crime, grupo de matadores de aluguel que atua no Rio.
Após passar o fim do ano na Costa do Sauípe, Nóbrega fugiu em 31 de janeiro. Ao notar a presença de policiais no entorno, ele foi para um novo esconderijo, em Esplanada (BA), o sítio de Leandro Abreu Guimarães, competidor de vaquejadas. Dias depois, o miliciano foi morto num povoado vizinho.
Flávio Bolsonaro
Adriano empregou a mãe, Raimunda Veras Magalhães, e sua ex-mulher, Danielle Mendonça da Nóbrega, no gabinete de Flávio na Alerj por 11 anos. As duas também são investigadas pelo suposto esquema de rachadinha que seria operado pelo ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, ex-companheiro de Nóbrega na PM.
Segundo investigação do MP-RJ, a mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, se encontrou com Raimunda e com um advogado de Flávio no interior de Minas no fim do ano passado para tramar uma fuga.
Com informações do Estadão