
A crise em torno do novo coronavírus tem preocupado principalmente as pessoas mais pobres. Segundo à Folha, 72% dos moradores de favelas no Brasil já sofrem queda de padrão de vida por conta da crise provocada pelo coronavírus.
Nessa população, formada por 13,6 milhões de pessoas, 32% terão dificuldades na compra de itens básicos de sobrevivência, como alimentos.
Os resultados do estudo evidenciam que essas pessoas enfrentarão o desafio econômico da sobrevivência, além da questão de saúde pública agravada pelos ambientes domésticos minúsculos e pela falta de saneamento básico generalizada.
Isso porque quase metade dos trabalhadores que vivem em favelas são autônomos (47%) e 8% são informais, ou seja, boa parte deles não tem o suporte da legislação trabalhista nem políticas emergenciais pensadas para quem tem carteira assinada.
“Até agora eu não ouvi a palavra favela sair da boca dos políticos que estão tratando da pandemia do coronavirus”, diz Gilson Rodrigues, presidente da União de Moradores e Comerciantes de Paraisópolls, favela da zona sul da capital paulista.
Na sexta-feira (21), junto com outros movimentos de defesa da cidadania, a organização lançou abaixo-assinado para pressionar o Legislativo a aprovar medidas de auxilio a população em caráter de emergência.