O conceito de Socialismo Criativo decorre da necessidade de incorporar ao socialismo democrático a ideia força da modernidade econômica, cultural e política: a criatividade.

Robôs, inteligência artificial e computadores fazem a chamada  4ª Revolução Industrial.

“A revolução tecnológica dos últimos anos está resultando numa nova era, em que as relações de produção estão sofrendo profundas transformações. Os ciclos de inovação aceleram-se de forma mais radical e muito mais rápida que na primeira, na segunda e na terceira Revolução Industrial” destaca trecho do documento da Autorreforma do Partido Socialista Brasileiro.

Se o capitalismo criou uma poderosa economia criativa, intensiva em informação, inteligência, conhecimento, cultura, marketing e design, os chamados elementos intangíveis, o socialismo precisa criar uma sociedade criativa, sustentável e humana.

“Se a criatividade capitalista tem como objetivo principal ampliação do mercado e do lucro, a criatividade socialista deverá ter como objetivo a ampliação dos espaços de liberdade na sociedade e o bem-estar das pessoas”, diz ainda o texto da Autorreforma do PSB.

Prometendo ampliar o que chama de “democracia consultiva socialista”, a China é o país socialista que mais apostou na pesquisa, ciência, tecnologia, marketing, enfim, na economia criativa. O socialismo com características chinesas, também conhecido como “socialismo de mercado”, também jogou pesado na educação como base da formação do seu capital humano.

Ao invés de demolir o sistema capitalista das províncias de Macau e Hong-Kong, estimulou o desenvolvimento de empresas privadas ali existentes. E já é a segunda economia do mundo. Uma economia planejada convivendo com a iniciativa privada.

Aprendendo com todos, mas sem querer imitar nenhuma revolução, nem copiar nenhum modelo, os socialistas brasileiros entendem que a ideia de um socialismo criativo é a resposta mais aproximada para a crise do capitalismo brasileiro tecnologicamente atrasado, socialmente desigual e ambientalmente insustentável. Ainda mais em tempos de coronavírus.

Assim, para ser socialista hoje é preciso tentar imaginar o mundo de amanhã para o Brasil.

A terrível e cruel desigualdade em nosso país tem que encontrar na criatividade – a principal matéria prima da produção econômica mundial – uma saída para superá-la.

Assim é que apostamos na economia criativa como estratégia de desenvolvimento e no socialismo criativo, como concepção política geral para a prática cotidiana e como objetivo de longo prazo.

O socialismo criativo pretende se constituir em visão crítica da economia criativa, no que ela tem de concentradora de capital monopolista e geradora de desigualdade. Ser, enfim, a dimensão humana do desenvolvimento das forças produtivas e da revolução tecnológica.

Propomos medidas como o ensino fundamental moderno e tecnológico gratuito e obrigatório para todos as crianças brasileiras, para garantir uma base de igualdade de oportunidades.

Aspiramos a uma valorização das várias formas de propriedade, desde a estatal em áreas estratégicas, passando pela propriedade privada, até as formas coletivas como cooperativas, coletivos culturais, empresas dirigidas por trabalhadores, empresas associadas a universidades.

Vemos na força da inovação e no aprofundamento da democracia, o potencial de desabrochar a criatividade do nosso povo já revelado tanto nas artes, como na música, no futebol, na arquitetura, no artesanato.

Acreditamos no direito à felicidade do nosso povo e numa sociedade criativa e socialista.