
Medos, fobias e outras doenças bizarras relacionadas são comuns hoje em dia, especialmente porque as pessoas levam uma vida mais agitada, com pouco ou quase nenhum tempo para si mesmas. Mas, além dos transtornos “comuns”, ou melhor dizendo, mais conhecidos hoje em dia, há outros novos, causados pela exposição excessiva à tecnologia.
Cada vez mais, vemos o desespero das pessoas em relação à nossa entediante distopia transformar-se em fobias reais: um tipo específico de transtorno de ansiedade que é intenso o suficiente para impedir que uma pessoa viva ativamente uma vida desimpedida.
Embora certos medos da tecnologia não tenham entrado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (o livro de referência principal que os profissionais de saúde mental usam para diagnosticar seus pacientes), alguns especialistas em psicologia estão pressionando para que isso seja mudado no futuro. Conheça algumas fobias e sinta-se à vontade para tentar se encontrar dentro de uma dessas fobias;
1. Nomofobia: medo de ficar sem o celular
Em 2008, os Correios do Reino Unido recorreram a uma empresa de pesquisa externa para pesquisar 2.163 usuários de telefones celulares em toda a região, procurando descobrir o quão ansiosos esses aparelhos ultramodernos estavam deixando os clientes. Você não ficará surpreso ao descobrir que a resposta foi: extremamente ansioso! Mais da metade dos entrevistados – cerca de 53%, para ser preciso – relatou sentir um tipo específico de nervosismo nervoso sempre que o telefone perdia o sinal, era desligado ou simplesmente … ficava algum tempo sem usar.
Os pesquisadores decidiram chamar a condição dessas pessoas de “nomofobia” – literalmente uma abreviação de “fobia de ficar sem o celular” ou medo de ficar sem acesso ao telefone celular por um período prolongado de tempo. Desde a primeira pesquisa, pesquisadores de todo o mundo publicaram estudos e mais estudos detalhando como essa fobia está intimamente relacionada a outros problemas, como depressão crônica, distúrbios do sono e baixa auto-estima.
2. Escopofobia: fobia de estar sendo vigiado na Internet
Em 2018, um jornal indiano de psicologia publicou um estudo de caso descrevendo como a obsessão de privacidade digital de uma mulher estava enviando sua vida para uma realidade paralela. A paciente de 54 anos apareceu na porta do médico mostrando “angústia e medo significativos sobre sua segurança”, após ler o relatório detalhado de hackers roubando dados pessoais dos indivíduos.
É um medo bastante racional (e comum!). Mas também fez com que a vida dessa mulher desmoronasse. Ela começou a perder e-mails importantes porque estava com muito medo de verificar sua caixa de entrada e parou de pagar suas contas online porque estava receosa sobre usar o aplicativo de pagamentos online do banco.
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“Embora a segurança computada deva ser levada a sério, ela pode se tornar excessiva para algumas pessoas, levando a evitar o uso do computador”, chamando seu diagnóstico de “fobia de internet”. Esse nome não pegou, mas alguns pesquisadores no mundo da privacidade digital começaram a usar outro termo: “escopofobia”, que apenas se traduz em um medo excessivo de ser olhado por outra pessoa. Graças à pandemia que força todos nós a viver a maior parte de nossas vidas no plano digital, isso significa – como disse um analista de privacidade – que todos estamos sendo vistos digitalmente de forma quase constante.
3. Radiofobia: fobia da radiação dos gadgets
No momento em que todos os tiozões começaram a jorrar teorias ligando a tecnologia 5G ao câncer e à Covid-19, as conspirações infundadas das pessoas sobre ondas de rádio e radiação já circulavam pelo país há décadas. O termo para esse medo específico – radiofobia, literalmente o medo da radiação em todas as suas formas – surgiu pela primeira vez no debate público no início dos anos 1900, poucos anos depois que os médicos começaram a usar raios-X em seus pacientes.
Naquela época, fazia sentido ter um pouco de cuidado com a máquina que o médico estava lançando. Nos primeiros dias dessa tecnologia, trabalhadores de fábricas encarregados de fabricar tubos de raios-X acabariam com queimaduras de radiação tão graves que em pelo menos um caso a mão de um funcionário precisou ser amputada. Alguns dos pacientes expostos a esses primeiros dispositivos, entretanto, não se saíram muito melhor.
Por alguma razão, esses temores persistiram até a era moderna, apesar de agências federais e autoridades médicas divulgarem estudos intermináveis mostrando que as máquinas modernas são, digamos, modernas. No século desde que essa tecnologia foi testada pela primeira vez, criamos máquinas que injetam nos pacientes doses relativamente baixas de radiação que são muito mais seguras do que as que as pessoas usavam em 1903.
4. Ciberfobia: medo de usar o computador
Pessoas que trabalham por longos períodos em frente aos equipamentos eletrônicos podem desenvolver esse tipo de fobia quando se vêem forçados a utilizar computadores, por exemplo. Ou seja, quem sofre dessa fobia pode, simplesmente, passar a ter crises de ansiedade ou paranoias diversas. Mas, conforme especialistas, assim como a tecnofobia, a ciberfobia também pode se manifestar por meio de medos físicos.
5. Selfiefobia: medo de selfies
Esse é um tipo novo de fobia, que ainda não está catalogado cientificamente, mas que já está sendo debatido por estudiosos. Esse transtorno consiste, na verdade, no medo ou angústia de tirar ou mesmo ver fotos do tipo “selfie” devido ao grande volume desses registros que existem na internet hoje em dia.
6. Fobofobia: medo de ter medo
A fobofobia é literalmente um medo de desenvolver mais fobias do que as que você já tem – que é exatamente o que estou sentindo depois de examinar dezenas de sites centrados em fobia para escrever esta lista. Agora, se você me dá licença, preciso fazer logoff para queimar todos os celulares e laptops que já tive.
Com informações da GizModo e Segredos do Mundo