Enquanto Mandetta sobe, a aprovação de Bolsonaro cai
Com a popularidade em alta, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem a demissão rejeitada por 76,2%. Em contraponto à ascensão popular do ministro, a queda de popularidade de Bolsonaro é confirmada também pela pesquisa da consultoria Atlas Político. O governo tem a pior avaliação desde fevereiro de 2019, segundo pesquisa divulgada ontem (15) pelo Valor Econômico.
A atuação do ministério supera a do presidente, que recebeu aprovação de 33%, em outra avaliação, a do Datafolha, feita no início de abril.
O governo de Jair Bolsonaro registrou a pior avaliação desde fevereiro de 2019, com 43% de insatisfeitos com a gestão, avaliada como ruim ou péssima. No mesmo período, 30% avaliaram a gestão Bolsonaro como regular e apenas 23% como ótima ou boa.
Já a atuação do ministro Mandetta é positiva para 64% dos entrevistados, com negativa de 17% para alguns, a menor rejeição entre os integrantes do governo.
Apesar do cenário de perda de renda, Mandetta tem amplo apoio da população na defesa de medidas de isolamento social: 72,2% apoiam a quarentena durante a crise do novo coronavírus. Outros 51,6%., disseram estar com o ministro mesmo depois de terem a queda nos rendimento.
Por outro lado, à medida que aumentaram os casos de covid-19 no Brasil, as críticas ao presidente também cresceram. Em fevereiro, a avaliação negativa de Bolsonaro era de 38%, aumentando para 41% em março até chegar aos 43% de abril.
Melhor entre os ministros
Mesmo estando prestes a ser demitido, sob ataques diários do presidente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é o mais bem avaliado integrante do governo Bolsonaro.
A avaliação da imagem de Mandetta é melhor, por exemplo, do que a do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, visto de forma positiva por 53% e negativa por 37%. Bolsonaro tem 39% de avaliação positiva e de 55% de negativa.
Na atuação pessoal, Bolsonaro é reprovado por 58,2% dos entrevistados e aprovado por 37,6%.
Coronavírus: emprego, renda e relações
A população sente o impacto da crise do novo coronavírus sobre o emprego e a renda, diz a pesquisa da Atlas Político.
A consultoria registrou que 12,3% dos entrevistados perderam o emprego, 51,6% viram a renda mensal cair e 36,1% disseram que ainda não tiveram a redução dos rendimentos.
Ainda segundo a pesquisa, 86,2% temem a morte de um amigo ou familiar e 13,8% não têm esse medo. Perguntados se temem ser contaminados pelo novo coronavírus, 41,9% disseram ter medo de morrer e 31% de ficar doente, e 27,1% não têm receio.
A pesquisa, online, consultou 2 mil pessoas entre domingo e terça. No domingo, em entrevista ao Fantástico (TV Globo), Mandetta cobrou do presidente unidade nas ações e nos discursos.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.