Trabalhadores que vivem na informalidade ficaram de fora do pacote
Após críticas por demora e indefinições das ações, o ministro Paulo Guedes (Economia) anunciou nessa segunda-feira (17) um aporte de R$ 142 bilhões na economia para mitigar os efeitos do coronavírus.
Segundo a Folha, o pacote de Guedes reúne um conjunto ações divulgadas na semana passada. É o caso do adiantamento de abono salarial e ampliação do Bolsa Família.
Outra medida inclusa no pacote é a transferência para o FGTS de valores não sacados do PIS/Pasep para permitir novos saques, num total de R$ 21,5 bilhões. Também será antecipado o abono salarial. Os desembolsos deverão ocorrer em junho e chegar a R$ 12,8 bilhões.
O Governo Federal deve destinar mais R$ 3,1 bilhões ao Bolsa Família. Há expectativa de que essa destinação possibilite a entrada de mais de um milhão de famílias. Esse reforço, porém, depende de negociação com o Congresso para definir como o Orçamento seria remanejado, registra o portal de notícias.
Mesmo sendo minimizada pelo presidente Jair Bolsonaro, a pandemia já levou o governo a revisar a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto neste ano de 2,4% para 2,1%. As previsões do mercado captadas pelo BC estão em 1,68%.
“Ações importantes, mas insuficientes”
Segundo o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, essas são ações importantes, mas insuficientes, principalmente porque não contemplam os trabalhadores que vivem na informalidade, que já sentem os efeitos imediatos da perda de renda.
“Antecipa-se as parcelas do 13º dos aposentados. Muito bem. Mas um conjunto grande da população não tem aposentadoria. Antecipa-se a retirada de uma parte do FGTS, que é uma grande poupança do trabalhador para situações emergenciais. Isso é positivo, mas temos quase 40 milhões de trabalhadores que não têm INSS e FGTS, que estão na informalidade”, criticou Fausto Augusto em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, ao Jornal Brasil Atual.