
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê uma queda de R$ 8,2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB), este ano, em comparação ao cenário sem a crise hídrica que afeta o país. Além disso, a entidade prevê a redução no consumo das famílias em R$ 7 bilhões. Somado a isso, as perdas nas exportações devem chegar a R$ 2,9 bilhões. O resultado dessa conta serão menos 166 mil postos de trabalho.
Para 2022, a previsão é de perda de R$ 14,2 bilhões. As informações foram divulgadas pela CNI, nesta quarta-feira (3), no estudo “Impacto econômico do aumento no preço da energia elétrica”.
Para o líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), critica a falta de planejamento que recai sobre os ombros da população.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que a crise hídrica é provocada pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, o que limita a produção de energia mais barata, e obriga o uso das termoelétricas, que são mais caras.
Contudo, a CNI lembra que o custo da energia elétrica antes da crise hídrica já era um dos principais entraves ao aumento da competitividade da indústria brasileira.
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No ranking do estudo Competitividade Brasil 2019-2020, elaborado pela CNI, o Brasil aparece na última posição, entre 18 países, no fator Infraestrutura de Energia, devido ao custo elevado da energia elétrica e à baixa qualidade no fornecimento.
“O alto custo dos impostos e dos encargos setoriais e os erros regulatórios tornaram a energia elétrica paga pela indústria uma das mais caras do mundo, o que nos preocupa muito, pois a energia elétrica é um dos principais insumos da indústria brasileira. Essa elevação do custo de geração de energia é repassada aos consumidores, com impactos bastante negativos sobre a economia”, avalia Robson Braga de Andrade.
Situação difícil em 2022
Os impactos da crise hídrica ainda serão sentidos no próximo ano. Em 2022, o aumento no preço da energia elétrica resultará em uma perda no PIB industrial de R$ 3,8 bilhões. A perda estimada no PIB da indústria de transformação é de R$ 1,7 bilhão.
Com informações do Metrópoles