
No final do ano passado, publiquei um artigo, aqui mesmo nesse site, falando sobre onde o campo progressista tem pecado na questão da educação. E, atribuí ao PSB, a partir da experiência e dos resultados dos governos estaduais Socialistas, a responsabilidade de ser protagonista da revolução educacional que esse país precisa.
O Partido Socialista Brasileiro hoje passa por um corajoso e inovador processo de Autorreforma. O partido tem discutido o seu projeto nacional e, através do acúmulo, chega no ano eleitoral com propostas muito claras para combater a desigualdade social, o desmatamento, etc. Acredito e defendo a unidade contra Bolsonaro, mas sobretudo, defendo que essa agenda que vem sendo construída seja reivindicada aos nossos possíveis aliados.
Não existe solução fácil para o Brasil, tampouco qualquer receita importada de alguma social-democracia de outro lugar do mundo irá se adequar magicamente a realidade brasileira. Não estou falando em ignorar experiências exitosas, mas que nosso contexto social é muito diferente do canadense ou do finlandês. Inclusive, esse é o ponto que o PSB mais acerta na discussão do seu programa: ele aposta na criatividade do povo brasileiro.
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Preciso deixar um ponto muito claro logo de início: falo como quem foi aluno da rede pública do Governo do Estado de Pernambuco durante a gestão de Eduardo Campos (presente!). Cursei todo ensino fundamental 2, antigas 5ª a 8ª série, e ensino médio no Liceu de Artes e Ofícios, localizado no centro do Recife. Fui um dos principais beneficiados das políticas públicas implementadas e sou também resultado delas.
Em 2016, Pernambuco alcançou a melhor média no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio, principal indicador da qualidade da educação do país. Neste ano, o Estado alcançou a nota 3,9, enquanto a média nacional foi de 3,5. Em 2005, quando o índice começou a ser medido, a nota foi 2,7. Em 2007, quando teve início a primeira gestão de Eduardo, o Estado ocupava apenas a 21ª posição no ranking.
Mais uma vez: não existe uma única fórmula para resolver complexos problemas educacionais. Em Pernambuco, o elemento mais visível da política educacional foi a ampliação de escolas em tempo integral, mas não apenas, é preciso destacar inovações como o Programa Ganhe o Mundo, iniciativa instituída em 2011 e que já levou mais de 7,5 mil alunos da rede pública do estado para estudarem fora do país. O PGM é constituído por curso de idiomas e intercâmbio.
Não tem como não ter esperança olhando pro meu próprio estado e vendo o que a responsabilidade e a política bem feita é capaz de fazer. O desafio é transportar a revolução educacional que Pernambuco tem vivenciado pro resto do país. Esse desafio é nosso, essa missão é do PSB.
Por Diego Gomes, secretário de Comunicação da Juventude Socialista Brasileira em Recife, publicitário, pós graduado em Marketing Político e participante do programa Calabouço – podcast que debate a conjuntura política nacional.