
Jair Bolsonaro (PL) critica a Rede Globo quase que diariamente, posou com um cartaz escrito #GloboLixo e ameaçou não renovar a concessão pública da emissora, que vence em outubro deste ano. Os ataques, no entanto, não parecem refletir na verba da empresa.
Em 2021, a Globo voltou a superar a Record, e foi a emissora que mais recebeu dinheiro público: R$ 65,5 milhões. Segundo dados da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) divulgados pela Veja, a emissora do bispo Edir Macedo ficou com R$ 53,9 milhões.
Em 2020, a situação era contrária: a Record liderava com R$ 59,2. O conglomerado da família Marinho, porém, não vinha muito atrás, com R$ 51,9 milhões.
A quantia destinada à Globo é a soma de todos os repasses feitos à emissora, a suas afiliadas e aos canais da TV fechada, como Globonews e Multishow. O dinheiro foi usado para a veiculação de campanhas públicas, como as de vacinação, combate ao Aedes Aegypti e uso consciente da água, além da divulgação de iniciativas do governo, como a implantação do 5G.
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Em relação a 2018, quando Michel Temer (MDB) ainda era presidente após o golpe orquestrado contra Dilma Rousseff (PT), o repasse público quase triplicou: saltou de R$ 25,2 milhões para os atuais R$ 65,5 milhões.
Além dos ataques à Globo, com Bolsonaro no poder, violência contra jornalistas bateu recorde histórico.
Bolsonaro continua a ser o principal precursor da violência contra profissionais da comunicação e da liberdade de imprensa. Segundo relatório divulgado no último dia 27 pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a violência contra jornalistas bateu novo recorde em 2021. Desta vez, foram registrados 430 casos de agressões a jornalistas e veículos, dois a mais em relação ao ano anterior. Mais uma vez, o presidente da República lidera as ocorrências.
Dos 430 episódios, Bolsonaro foi responsável por 147 (34,2% do total). São 129 casos de ataque à credibilidade da imprensa e 18 de agressões verbais. Depois dele, são citados dirigentes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com 142 ataques, e políticos e assessores, com 40. Assim, os três concentram 76% dos registros.
Por Carolina Fortes, da Fórum