Zelensky cobra Alemanha: “Derrube o novo muro que divide a Europa”

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a pedir apoio da Europa e acusou a Alemanha de ter agido de maneira insuficiente para impedir a guerra travada pela Rússia. Em alusão Guerra Fria, pediu que a Olaf Sholz, primeiro-ministro alemão, “derrube o novo muro que divide a Europa livre da não livre”.

Zelensky falou ao Parlamento alemão, o Bundestag, nesta quinta-feira (17), por videoconferência.

O presidente ucraniano também acusou a Alemanha de contribuir para o isolamento da Ucrânia por meio de negócios com a Rússia e do gasoduto Nord Stream 2, construído para levar gás da Rússia para a Alemanha.

“É um muro entre liberdade e ausência de liberdade e ele fica maior a cada bomba que cai sobre a Ucrânia, com cada decisão que não é tomada. Dê a Alemanha o papel de liderança que conquistou para que seus descendentes tenham orgulho de você. Apoie a liberdade, apoie a Ucrânia e nos ajude a parar a essa guerra”, afirmou Zelensky a Scholz.

Ele também afirmou que os pedidos de ajuda à Ucrânia foram ignorados e que o pedido para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“Vimos sua disposição em continuar fazendo negócios com a Rússia e estamos agora no meio da Guerra Fria. E novamente é algo que vocês não conseguiram ver. Vocês continuam se protegendo atrás de um muro que não os permite ver pelo que estamos passando.”

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A Alemanha, que inicialmente, disse que não enviaria armamentos à Ucrânia mudou sua política e enviou 1 mil armas antitanque, 500 mísseis terra-ar e 2,7 mil mísseis da era soviética. Porém, continua a defender que a Otan não envie tropas ao país.

Antes disso, o país suspendeu o processo de licenciamento do Nord Stream 2 – projetado para dobrar o fluxo de gás russo diretamente para a Alemanha –, logo após o início da invasão russa à Ucrânia.

Otan descarta missão de paz na Ucrânia

Nesta quarta-feira (16), a Otan descartou enviar missão de paz à Ucrânia. A solicitação tinha sido feita pelo vice-primeiro-ministro da Polônia, Jaroslaw Kaczynski.

O secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, anunciou que a Otan pretende reforçar sua presença nos países-membros do leste europeu.

“Pedimos à Rússia, ao presidente [Vladimir] Putin, que retire suas tropas [do território ucraniano], mas não temos planos de enviar tropas à Ucrânia”, disse Jens Stoltenberg.

No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o envio de cem drones americanos à Ucrânia. Disse que também vai ajudar o país a adquirir sistemas antiaéreos “de maior alcance” para se defender dos bombardeios russos.

Com informações do DW