
Para garantir sua soberania alimentar, a Bolívia decidiu produzir os insumos agrícolas usados pelos produtores do país. Aliado a isso, a distribuição equitativa de terras é outro fator implementado e defendido pelo governo boliviano.
Durante a 37ª Conferência Regional para a América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), realizada no Equador, o ministro de Desenvolvimento Rural e Terras da Bolívia, Rammy González, destacou que isso se deve à implementação de mudanças estruturais feitas na questão agrária, e incorporadas na “Constituição Política do Estado Plurinacional da Bolívia aprovada em 2009”.
“Decidimos soberanamente produzir nossos próprios insumos agrícolas, substituindo as importações onde o Estado garante empréstimos a 0,5% de juros anuais para este fim”, disse González.
Sobre a distribuição equitativa da terra, o ministro boliviano disse que, antes, estava nas mãos de grandes e médios empresários.
E afirmou que que atualmente 32% são áreas fiscais indisponíveis, relacionadas a ativos ambientais que geram serviços ambientais, como rios, lagos, pântanos e florestas.
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Disponibilidade e acessibilidade dos alimentos
González destacou ainda que o país montanhoso tem meios de produção importantes para garantir a segurança alimentar no país. E que isso passa pela decisão sobre a disponibilidade e acessibilidade dos alimentos em busca de segurança e alto nível nutricional.
As ações corroboram o posicionamento do presidente da Bolívia, Luis Arce, que tem como uma das bandeiras a defesa da alimentação. Ele é economista e professor universitário do partido Movimento ao Socialismo (MAS), além de autor do livro “El modelo económico social comunitario productivo boliviano”, que trata justamente sobre alimentação.
Na conferência da Fao, ministros de países da América Latina e Caribe discutem forma de promover dietas saudáveis, fomentar o desenvolvimento rural inclusivo e promover a agricultura sustentável e resistente, especialmente, após a crise causada pela pandemia da covid-19.
As discussões buscam formas de mitigar os danos causados pelo aumento dos preços e dos fertilizantes.
Com informações da Prensa Latina