
O advogado e assessor do vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ), Sandro Figueiredo, revelou neste sábado (16), em um vídeo no YouTube, que não representa mais o parlamentar e ex-PM, investigado por estupro, além de assédio sexual e moral, entre outros crimes.
De acordo como advogado, a decisão partiu do próprio Gabriel Monteiro com o intuito de preservá-lo. Figueiredo também é ex-PM e foi expulso da corporação em 2006 e ficou preso por dois anos, entre 2005 e 2007.
“Isso partiu dele [Gabriel Monteiro]. Eu não estou abandonando o caso Gabriel Monteiro, continuo sendo assessor parlamentar dele. Mas como opção dele, para que ele me preservasse, para que a imprensa não viesse mais na minha direção, [eu saio]”, revelou o advogado.
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O que se sabe até agora sobre o vereador bolsonarista acusado de estupro
Tudo começou com uma reportagem do programa dominical Fantástico (Globo), quando cinco ex-funcionarios denunciaram o vereador bolsonarista Gabriel Monteiro (sem partido) de assédio moral e sexual.
Além dos crimes de assédio moral e sexual, Monteiro, que ganhou fama produzindo vídeos para o Youtube, foi revelado que as produções eram montagens, ou seja, tudo fake news.
Um funcionário, que também não se identificou, contou que era obrigado a cumprir expediente na casa de Gabriel, onde presenciou cenas constrangedoras:
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“A gente ficava ali na frente e várias vezes ele foi na parte da frente da varanda da casa, e em outros cômodos a gente já viu também, com o órgão sexual para fora. E se vangloriando do tamanho do pênis. E mesmo se masturbando na frente de toda a equipe.”
A partir das primeiras denúncias, a vida de Gabriel Monteiro passou por uma devassa policial e, o que já era muito grave, se revelou ainda pior.
Relações sexuais com menores de idade
Logo após as denúncias de assédio moral e sexual, surgiram vídeos onde Gabriel Monteiro mantém relações sexuais com menores de idade. O material foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).
Além de serem menores de idade, três mulheres declararam que não queriam ser gravadas.
Com a divulgação do vídeo onde mantém relações com menores, Gabriel Monteiro declarou à Polícia Civil que não sabia que a menina tinha 15 anos.
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Gabriel Monteiro e equipe forjaram cena de furto com sem-teto no RJ
Vídeo vazado mostra o vereador carioca e sua equipe forjando uma cena de furto com um homem em situação de rua no Rio de Janeiro.
Um auxiliar do parlamentar pede insistentemente ao sem-teto que ele pegue a bolsa de uma mulher que está parada numa calçada, distraída, e que “seria autista e nem iria notar”. Após exigir uma recompensa de R$ 400 e receber a promessa de que seria pago, ainda que titubeando, o senhor topa a proposta.
Gabriel Monteiro a assessor, sobre gays: “Tem que bater, transmitem doença”
Um arquivo que revela um áudio de Monteiro dando orientações para um assessor que entrevistava pessoas na rua também veio à tona. Só que as instruções passadas pelo parlamentar são abertamente homofóbicas e com ofensas e discursos de ódio contra os gays.
“Fala: tenho raiva de gay… Gay não deveria existir, tem que bater em gay. Vai na construção disso: Raiva de gay. Gay só faz merda… Gay transmite muita doença, por isso deve ser afastado da sociedade. Fala que Deus não gosta de gay. Não gosta de gay”, instruía o vereador ao funcionário que realizava incompreensíveis e confusas entrevistas nas ruas, sem ficar clara qual era a finalidade dessas enquetes.
Condenado por constranger médico insinuando ato sexual
Monteiro foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) a indenizar em R$ 20 mil um médico que foi constrangido por ele em um dos vídeos feitos para divulgar em redes sociais.
O vídeo foi filmado durante uma “fiscalização” promovida pelo vereador em setembro na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Engenho de Dentro.
Acusações de estupro e de forjar atentado
O Fantástico, da TV Globo, exibiu depoimentos de três mulheres que acusam o parlamentar de estupro.
As três, que tiveram suas identidades preservadas, afirmaram que Monteiro as forçou a manter relações sexuais sem preservativo e que ele chegou usar a arma como forma de ameaçar as vítimas.
Gabriel Monteiro também é acusado por ex-assessores de forjar atentado a tiros durante agenda política
Um assessor e um ex-assessor do vereador estiveram no dia 4, na 29ª DP (Madureira), para retificarem os depoimentos que tinham dado no ano passado à polícia. À época declararam que um carro da comitiva do político tinha sido atingido por tiros durante uma agenda de Monteiro em Quintino, na Zona Norte do Rio.
Conselho de Ética da Câmara do RJ abre processo disciplinar contra Gabriel Monteiro
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu, por unanimidade, no dia 5, abrir processo ético-disciplinar contra Monteiro. A representação pode levar à cassação do mandato do ex-policial militar.
O gabinete do vereador foi lacrado pela Polícia Civil durante a operação realizada no dia 7.
Por Marcelo Hailer