
As sanções impostas à Rússia pelo Ocidente estão “provocando” uma crise global, disse o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quinta-feira (12), durante uma reunião sobre questões econômicas.
Em 24 de fevereiro, Putin ordenou o início de uma “operação militar especial” na Ucrânia. O ato levou os Estados Unidos e seus aliados a imporem sanções abrangentes à Rússia e à elite russa, medidas que o chefe do Kremlin considera uma declaração de guerra econômica.
Leia também: Rússia ameaça aumentar corte de fornecimento de gás natural na Europa
“Seus autores, guiados por ambições políticas míopes e infladas, a russofobia, atingiram em maior medida seus próprios interesses nacionais, suas próprias economias, o bem-estar de seus cidadãos. Vemos isso, em primeiro lugar, em um aumento acentuado da inflação na Europa”, disse Putin.
De acordo com o líder russo, a continuação da “obsessão por sanções” do Ocidente inevitavelmente levará às “consequências mais difíceis e intratáveis” para a União Europeia, bem como para os países mais pobres do mundo. “A culpa por isso é inteiramente das elites dos países ocidentais, que estão prontas para sacrificar o resto do mundo para manter seu domínio global”, disse ele.
Leia também: Dia da Vitória: Putin evita escalada da Guerra na Ucrânia
Putin acrescentou que a Rússia está lidando com desafios externos provocados pelas sanções ocidentais e que a inflação no país está desacelerando.
“A Rússia está lidando de forma confiante com os desafios externos, graças tanto às políticas macroeconômicas responsáveis dos últimos anos quanto às decisões sistêmicas para fortalecer a soberania econômica, tecnológica e a segurança alimentar”, declarou.
O “irônico” avanço do rublo russo
As declarações do presidente russo são reafirmadas quando, no mesmo dia de seu discurso, o rublo russo retomou seu avanço contra o dólar americano enquanto a Bolsa de Moscou reabriu após dois dias de feriados nacionais.
A moeda da Rússia está agora acima de 11 pontos percentuais em relação ao dólar dos EUA desde o início do ano, ultrapassando o avanço do real de 9%, tornando-se o maior ganhador entre as 31 moedas principais acompanhadas pela Bloomberg. A taxa no estrangeiro aumentou ainda mais, cerca de 12%, segundo os dados da agência.
O avanço do rublo resulta de uma série de medidas tomadas pelo governo russo a fim de proteger a moeda nacional agitada pelas sanções ocidentais.
Além de impor controles de capital, a Rússia forçou os exportadores a vender divisas e está exigindo que seu gás natural seja pago em rublos. Os estrategistas dizem que essa recuperação não é credível porque muitas casas de câmbio pararam de negociar o rublo, alegando que o seu valor visto em monitores não é o preço que pode ser negociado no mundo real.
A Bloomberg aponta que a “ironia” do avanço de rublo durante o conflito na Ucrânia é digna de nota, especialmente porque outros países que impuseram controle de capitais recentemente não atingiram os mesmos resultados.
A Turquia e Argentina tentaram medidas semelhantes quando enfrentaram uma enorme quantidade de vendedores nos últimos anos, com consequências desastrosas para a lira e o peso, que atingiram mínimos de todos os tempos e nunca se recuperaram.
Com informações da CNN e Brasil 247