
Não bastasse o embargo dos Estados Unidos à Cuba, que vem sendo mantido há décadas, a ilha caribenha denuncia ser excluída por parte dos norte-americanos da Cúpula das Américas, prevista para junho, em Los Angeles (EUA).
Ao que tudo indica, a exclusão também pode se estender a temas de suma importância para todo o continente, como racismo, direitos das mulheres e marginalização, afirma o vice-chanceler cubano Carlos Fernández de Cossío.
De acordo com ele, também ficarão de fora das discussões questões como desigualdades no acesso aos serviços de saúde nem o impacto das medidas coercitivas sobre os países.
Pelo fim dos embargos
A Bélgica celebra o Dia de Cuba entre 18 e 21 de maio. A data é marcada por protestos da comunidade cubana contra os embargos dos EUA contra a ilha.
A Praça Luxemburgo, onde é a sede do Parlamento Europeu, é palco da mobilização apoiada por cubanos que vivem na Europa e na América Latina, ações de solidariedade e forças políticas belgas, além de eurodeputados.
A mobilização acontece após o anúncio da eliminação de algumas restrições dos EUA à Cuba que haviam sido impostas pelo ex-presidente norte-americano, Donald Trump.
Para o governo cubano, no entanto, apesar de ser um passo na direção certa, “não modifica em nada o bloqueio, nem as principais medidas de cerco econômico tomadas por Trump, como as listas de entidades sujeitas a medidas coercitivas nem remove as proibições de viagem para os estadunidenses”.
As medidas revogadas também não retiram Cuba da lista de países que os EUA acusam de patrocinar o terrorismo.
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Fim de algumas restrições não mudam a realidade de Cuba
Para o pesquisador Raúl Rodríguez, diretor do Centro de Estudos Hemisféricos e dos Estados Unidos da Universidade de Havana, a Casa Branca mantém os embargos que mais prejudicam Cuba.
À Prensa Latina, Rodríguez concordou que o anúncio da Casa Branca de que irá facilitar viagens e remessas ao país caribenho, além da expansão dos serviços consulares de Washington em Havana.
Porém, alerta que é necessário aguardar a regulamentação específica dessas diretrizes. E o clima político é determinante.
Na avaliação do pesquisador, é possível que os EUA queiram limpar sua imagem de agressor diante do impacto humanitário das sanções contra Cuba, intensificadas pelo ex-presidente Donald Trump, que sozinho baixou 243 imposições à ilha.
Flexibilização
Na segunda-feira (16), o Departamento de Estado norte-americano anunciou a flexibilização de algumas das determinações impostas por Trump.
Entre elas, o restabelecimento do Programa de Reunificação Familiar e a intenção de emitir 20.000 vistos anuais dos acordos migratórios bilaterais.
Os EUA anunciaram também a intenção de autorizar contatos profissionais e educacionais, assim como a expansão de viagens a esse país com vistos de múltiplas entradas e o estabelecimento de voos para as províncias da ilha. Atualmente, apenas voos para a capital Havana são permitidos.
Outra importante medida é a eliminação do limite de remessas de mil dólares à Cuba a cada três meses.
Com informações da Prensa Latina