
Socialistas comemoraram, no fim desta terça-feira (9), a revogação da portaria que transferiu R$ 83,9 milhões do Bolsa Família para a propaganda governamental. Publicada no último dia 4 de junho, a medida proposta pelo ministério da Economia atingia diretamente os recursos previstos para a região Nordeste e reconduzia o montante à Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom), a fim de ampliar gastos com publicidade. Tentativa do governo ganhou visibilidade e foi alvo de protesto por parte de parlamentares da esquerda.
“Vitória da sociedade! Após pressão do PSB na Câmara, o Governo Federal recuou e suspendeu a retirada de R$ 84 milhões do Bolsa Família, que seriam destinados à propaganda do Palácio do Planalto. As famílias carentes agradecem”, declarou o deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR), que junto a parlamentares do partido, protocolou ação para impedir o repasse.
A comemoração foi compartilhada pelo colega de partido, Bira do Pindaré (PSB-MA). “Graças à pressão popular, Bolsonaro foi obrigado a recuar da pedalada fiscal escandalosa que tirava R$ 83,9 milhões do Bolsa Família para propaganda do governo”, disse o parlamentar em suas redes sociais.
Líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ) chamou de escandalosa a tentativa de repasse para a Secom.
“Depois de muita pressão da Oposição e denúncias da imprensa, Bolsonaro recuou do escandaloso ‘contrabando fiscal’ que tirou R$ 83,9 milhões do Bolsa Família pra fazer propaganda! E ele ainda diz que não tem como pagar auxílio de R$ 600 por mais 2 meses… Um acinte!”, sentenciou Molon.
Investigação no TCU
Denis Bezerra (PSB-CE) aproveitou a oportunidade para reafirmar que segue atento aos desmandos de Jair Bolsonaro (sem partido). “Grande vitória!! Após pressão do Parlamento, o Governo Federal revoga portaria que remanejava quase 84 milhões de reais do bolsa família para a comunicação do Planalto. Seguimos atentos!!”, declarou.
Assinada pelo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, a transferência foi feita a pedido da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, justificando a viabilização de “campanhas publicitárias de caráter educativo, informativo e de orientação ao cidadão”.
Após denúncia, o Tribunal de Contas da União (TCU) resolveu abrir investigação para apurar o remanejamento.