
Em reportagem recente, o Uol entrevistou o presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), Marcos Nobre, para a coluna coletiva ‘Entendendo Bolsonaro’. Com uma análise através das lentes analíticas e políticas das atitudes do mandatório, Nobre declara que qualquer recuo de Bolsonaro é não compreender a natureza do seu projeto autoritário.
“Para o Bolsonaro, ele enfrentar a pandemia como se deve significaria cometer estelionato eleitoral”, afirma o entrevistado.
Em conversa com o Uol, Nobre explicou o cálculo feito pelo bolsonarismo na atual crise, falou sobre o papel das Forças Armadas no governo, as alternativas políticas da oposição e, também, sobre o que tem sido pintado como um novo recuo do presidente.
De acordo com o portal, ao optar pelo caminho do isolamento político, do negacionismo científico e, sobretudo, da recusa a governar o país, tudo isso durante uma pandemia, o governo Bolsonaro tomou um caminho que, a muitos, soa contra intuitivo.
Isso porque não faltam exemplos, mundo afora, de governos impopulares que usaram da crise atual para reconstruir as suas bases e recuperar protagonismo no âmbito doméstico.
Golpe
Para Marcos Nobre, os planos de Bolsonaro foram interrompidos com a pandemia, forçando-o a recuar. “O que Bolsonaro fez foi forçar um golpe. Ele tentou ver se era possível acelerar o projeto dele. Não deu certo. Ele não conseguiu apoio o suficiente ou organização o suficiente para isso”, afirma.
“Se a gente olhar o motim das polícias no Ceará em fevereiro, aquilo ali era o começo de algo muito assustador. E que foi interrompido pela pandemia. Líderes autoritários pelo mundo podem usar a pandemia para reforçar o autoritarismo, desde que o autoritarismo já esteja plenamente estabelecido. E não era o caso do Brasil. O projeto foi pego no contrapé”
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