
A pesquisadora responsável pelo trabalho de monitoramento da devastação florestal no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lubia Vinhas, foi exonerada nesta segunda-feira (13). Ela ocupava o cargo de coordenadora-geral de Observação da Terra do Instituto, departamento responsável pelos sistemas Deter Prodes, que fazem o acompanhamento dos dados do desmatamento da Amazônia.
A exoneração foi publicada no Diário Oficial de hoje, assinada pelo ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, pasta à qual é vinculada o Inpe. O motivo ainda não foi esclarecido.
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Na sexta-feira o órgão atualizou em seu site os dados referentes ao desmatamento da Amazônia em junho, apontando que o ritmo de alta se manteve, mesmo com a ação de militares na região, criada em maio, e com a pressão que vem sendo feita por investidores estrangeiros para que o governo controle o problema.
Avanço do desmatamento
Alertas feitos pelo sistema Deter, que integra o Inpe, indicam a perda de 1.034,4 km² no mês de junho, alta de 10,65% em relação a junho do ano passado, quando os alertas apontaram desmate de 934,81 km². Em apenas um mês, foram derrubados na Amazônia o equivalente à área da cidade de Belém (Pará).
O mês de junho teve a maior devastação dos últimos cinco anos. Já são 14 meses consecutivos de alta no corte da floresta em relação aos mesmos meses do ano anterior. Em oito desses meses, as taxas bateram os recordes do registro desde 2015.
Crescimento de 65%
No acumulado desde agosto (quando se inicia o calendário anual para fins de detecção do que ocorre na floresta), o Deter indica a devastação de 7.566 km², ante 4.589 km² no período de agosto de 2018 a junho de 2019. O aumento para esse período é de 65%.
O valor até o momento já é maior do que o acumulado de todos os alertas dos 12 meses entre agosto de 2018 e julho de 2019: 6.844 km². Somente nos primeiros seis meses deste ano, foram mais de 3 mil km² de florestas perdidos, o equivalente a duas vezes a área da cidade de São Paulo.
Com informações do Estadão