Decisão do governo causou mal estar entre os militares e a indústria nacional de armas

O Ministério da Justiça está elaborando um plano para instalar, por meio de uma portaria, uma comissão provisória com representantes da pasta, da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Washington, nos Estados Unidos.
O objetivo do governo é comprar equipamentos de segurança pública, armas, munições, uniformes e veículos de transporte norte-americanos. Além disso, como uma entidade opaca, fora do alcance do Tribunal de Contas da União, da Lei de Licitações e da legislação norte-americana, a comissão irá adquirir material bélico sempre pela modalidade melhor preço.
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Após cogitarem um escritório fixo nos EUA e chegar a colocar uma portaria no papel com esse formato, o ministro André Mendonça recuou e optou por fazer um teste antes de criar uma estrutura definitiva, informa a jornalista Bela Megale em O Globo.
De acordo com a Folha de S. Paulo, fabricantes de empresas pequenas e grandes estão insatisfeitos com a decisão do governo. O que se ouve é queixa de favorecimento a fabricantes estrangeiros e dificuldades inclusive para a exportação por entraves burocráticos.
Entre militares também há mal-estar. Quando Mendonça falou sobre o assunto pela primeira vez, integrantes das Forças Armadas se disseram surpresos e contrariados, dado que todo o controle de compra de armas no país passa pelo Exército.
A família Bolsonaro demonstra contradição em relação ao assunto. Quando deputado, o hoje presidente dizia querer “quebrar o monopólio da Taurus”. Mas, seu filho e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), fez propaganda em seus canais na internet para empresas como a filial americana da SIG Sauer.
Com informações da Folha de S. Paulo e o jornal O GLOBO